A Organização Mundial de Saúde (OMS) confirma que cerca de 500 pessoas em Douma, nos arredores de Damasco, na Síria, apresentaram "sintomas consistentes com a exposição a químicos tóxicos".
Numa declaração citada pela agência Reuters, a agência das Nações Unidas refere que os pacientes assistidos nos serviços de saúde mostravam "sinais de irritação severa das mucosas, falência respiratória e perturbação do sistema nervoso central", após o ataque de sábado.
A organização também cita relatos sobre a morte de mais de 70 pessoas em abrigos subterrâneos e afirma que 43 dessas vítimas manifestavam sinais "consistentes com a exposição a químicos altamente tóxicos".
A OMS condena o alegado ataque químico do regime de Bashar al-Assad e pede acesso livre a Douma para assistir as vítimas.
A OMS exige acesso imediato e sem restrições à área para prestar cuidados às pessoas afetadas, avaliar o impacto na saúde e fornecer uma resposta abrangente de saúde pública", diz Peter Salama, diretor-geral adjunto da OMS para situações de emergência, num comunicado emitido em Genebra.
Rússia adverte contra ação que desestabilize a região
O Kremlin advertiu esta quarta-feira contra qualquer ação na Síria que possa “desestabilizar a situação já frágil na região”, após as ameaças de ataques ocidentais ao regime sírio.
Esperamos que todas as partes evitem qualquer ação que não seria justificada e que poderia desestabilizar a situação, já frágil, na região”, disse o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, à imprensa.
De acordo com a Reuters, o porta-voz considerou a atual situação “muito tensa” e reiterou que Moscovo defende “uma investigação objetiva e imparcial” sobre o ataque de sábado contra a cidade rebelde de Douma.
Os Estados Unidos, apoiados por aliados como França e o Reino Unido, admitiram na terça-feira uma resposta militar para eliminar a ameaça de ataques químicos pelas forças do regime de Bashar al-Assad.
A Síria nega qualquer utilização de armas químicas, assim como a Rússia, principal aliado do regime sírio, que afirmou que eventuais ataques ocidentais teriam “graves consequências”.
Mais de 40 pessoas morreram no sábado num ataque contra a cidade rebelde de Douma, que segundo organizações não-governamentais no terreno foi realizado com armas químicas.
A oposição síria e vários países acusam o regime de Bashar al-Assad da autoria do ataque, mas Damasco nega e Moscovo afirmou que peritos russos que se deslocaram ao local não encontraram “nenhum vestígio” de substâncias químicas.
A Síria, que entrou no oitavo ano de guerra, vive um drama humanitário perante um conflito que já fez pelo menos 511 mil mortos, incluindo 350 mil civis, e milhões de deslocados e refugiados.
Desencadeado em março de 2011 pela violenta repressão do regime de Bashar al-Assad de manifestações pacíficas, o conflito na Síria ganhou ao longo dos anos uma enorme complexidade, com o envolvimento de países estrangeiros e de grupos jihadistas, e várias frentes de combate.