São dois tweets do presidente do Eurogrupo:
«O primeiro-ministro governo grego, Alexis Tsripas e Jeroen Dijsselbloem acordaram esta quinta-feira que vão pedir às instituições que assumam um compromisso com as autoridades gregas, no sentido de começar a trabalhar numa análise técnica comum entre o programa atual e os planos do governo grego por forma a facilitar a discussão no Eurogrupo».
PM Tsipras and PEG Dijsselbloem agreed today to ask the institutions to engage with the Greek authorities to start work on a technical (1/2)
— Jeroen Dijsselbloem (@J_Dijsselbloem) February 12, 2015
assessment of the common ground between the current program and the Greek government's plans in order to facilitate 16/2 EG discussions(2/2)
— Jeroen Dijsselbloem (@J_Dijsselbloem) February 12, 2015
A porta-voz de Dijsselbloem, Simone Boitelle adiantou que o objetivo dos contatos é «facilitar as discussões no Eurogrupo» agendado para segunda-feira, no qual se espera que haja acordo sobre o futuro da ajuda financeira a Atenas, sendo que o atual programa de assistência financeira termina no fim do mês.
Entretanto a Reuters avança que a troika e representantes do governo grego vão reunir-se esta sexta-feira, para preparar o Eurogrupo de segunda-feira.
A Grécia e Alemanha estão dispostas a ceder em alguns pontos para tentar chegar a um acordo que permita que a Grécia continue com o programa de assistência financeira. Fontes adiantaram à Bloomberg que ambas as partes mostram vontade de assumir compromissos.
Esta quarta-feira, depois de cerca de sete horas de reunião, o Eurogrupo extraordinário não conseguiu chegar a acordo com a Grécia.
Já esta quinta-feira, a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que a Alemanha está sempre disposta a fazer compromissos, mas que a credibilidade da Europa depende do cumprimento das regras e da confiança entre os parceiros.
O governador do Bundesbank, Jens Weidmann, já veio dizer que um alívio da dívida grega «não mudaria realmente» a situação financeira do país a curto prazo, mas penalizaria fortemente os outros governos europeus que fizeram reformas.
Relativamente às negociações em curso, fontes governamentais gregas deram conta do seu «grande otimismo» sobre a possibilidade de um compromisso na próxima segunda-feira, e explicaram que a dificuldade básica, para já, é «se a base da discussão é o programa anteriormente acordado (com o governo de Antonis Samaras) ou não».
Do ponto de vista do novo Governo grego, «não se pode pedir a um governo eleito, com um novo programa, que implemente o anterior, com as condicionalidades que foram rejeitadas pelo povo grego», razão pela qual Atenas quer um «acordo ponte», de transição entre o anterior programa e um novo, que também prevê equilíbrio orçamental e reformas, mas com outras prioridades.
Garantindo que o Governo grego está disposto a fazer concessões, «e fê-las», e a cumprir as regras da UE, «embora discorde de várias», as fontes indicaram que o objetivo é chegar a uma «solução viável para ultrapassar a crise humanitária criada pelo anterior programa» na Grécia, que agrade a todas as partes.
As fontes sublinharam que o importante é encontrar agora um compromisso político, e não técnico, não se tratando de mais dinheiro que Atenas pretende, até porque «as necessidades financeiras da Grécia são geríveis» no médio prazo.