Agências de Viagem e hoteleiros satisfeitos com ideias de Telmo Correia para o Turismo - TVI

Agências de Viagem e hoteleiros satisfeitos com ideias de Telmo Correia para o Turismo

Luís Alves de Sousa

A Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), bem como a Associação dos Hotéis de Portugal (AHP) estão satisfeitas com os planos apresentados por aquele que é o primeiro ministro do Turismo, Telmo Correia, para o sector.

Para já, e depois de terem visto as suas pretensões para a criação de um Ministério do Turismo serem atingidas, APAVT e AHP dão mostras de querer dar tempo ao tempo.

À margem do jantar/debate organizado, ontem, pela Confederação do Turismo Português, que contou com a presença do titular da pasta do turismo, o presidente da AHP, Luís Alves de Sousa, numa reacção ao discurso de Telmo Correia sobre a sua visão e prioridades para o sector, disse à Agência Financeira que viu de forma positiva «várias coisas, mas sobretudo as ideias sobre a fiscalidade. O senhor ministro voltou a demonstrar o seu empenho para resolver os problemas (do sector), sobretudo da dedutibilidade do IVA, que para nós é importantíssimo, mas também para a competitividade do país. Também a questão das áreas de protecção turística que foram abordadas são muito importantes. Achamos que é fundamental o país desenvolver-se dentro de uma gama de produto superior que, por sua vez, será implantada em grandes áreas, em resorts de grande qualidade».

Para Luís Alves de Sousa «estes são os dois pontos mais importantes mas, obviamente, que o são também a promoção, a formação, entre as outras coisas».

De negativo, o representante dos empresários da hotelaria vê apenas «os atrasos» na concretização das várias matérias em cima da mesa. «Não chegam boas ideias, queremos execução».

Paciente está também o presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagem e Turismo (APAVT), Vítor Filipe, que disse estar também «satisfeito» com as ideias de Telmo Correia. «Acho que, basicamente, o que o senhor ministro falou foi muitas das nossas ideias. São coisas comuns. Agora, para já, são ideias. É preciso é que o senhor ministro as consiga pôr em prática. E isso, penso que sim, que ele tem força politica para poder vingar as ideias que tem».

«O senhor ministro está há dois meses no Governo, penso que ainda nem existe um local físico para o ministério, e a orgânica do próprio ministério ainda não está determinada», justifica, acrescentando ainda que «sempre dissemos que é um homem com capacidade para assumir este cargo».

No entanto, é também pela negativa que vê que «as ideias e os projectos ainda estão a demorar» para serem implementadas no terreno. É que, tal como o ministro afirmou, são políticas de continuidade e muitas delas promessas já do anterior Executivo.

Recorde-se que, ontem, a Confederação do Turismo Português (CTP) afirmou, no mesmo jantar, que vai avançar com uma queixa contra o Estado Português na Comissão Europeia, caso a dedutibilidade do IVA nas despesas profissionais de alojamento e alimentação não for contemplada já no Orçamento de Estado de 2005. Queixa que, segundo o presidente da CTP, Atílio Forte, pode seguir para Bruxelas já a 16 de Outubro.

O ministro do Turismo afirmou não poder «assumir nenhuns compromissos em relação à matéria fiscal. Será um assunto discutido oportunamente», até porque é esta matéria não depende só do Ministério que tutela. Ainda assim, Telmo Correia comprometeu-se em «estudar, preparar e defender medidas para soluções fiscais que sejam mais vantajosas para o sector».

Quanto a prazos, afirmou não poder dizer se a sua concretização «será em 2005 ou 2006».

Em matéria fiscal, Telmo Correia garantiu ainda que as suas prioridades, perante os seus colegas de Governo, são, por exemplo, a forma de cálculo do Pagamento Especial por Conta (PEC), questão importante para as agências de viagens, e a dedutibilidade do IVA. «Em que forma esta pode ser implementada», disse.
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