Rio Ave-Beira Mar, 1-0 (crónica) - TVI

Rio Ave-Beira Mar, 1-0 (crónica)

A fraqueza da exigência incomportável

Para uma equipa que consegue o melhor não é fácil digerir o desaire. No caso do Beira Mar, a eliminação da Taça de Portugal é uma dura penalização pelo que tem feito no campeonato. Sim, uma penalização, porque a equipa de António Sousa não conseguiu recuperar fisicamente do jogo de domingo à noite com o F.C. Porto (do Osasuna, na quinta-feira, também?) e apresentou-se muito debilitada em Vila do Conde.

O Rio Ave foi sempre superior, criou mais e melhores oportunidades, mesmo que Carlos Brito tenha operado várias alterações na equipa, como as entradas de Candeias, José Gomes, Bruno Mendes, Jacques e Paulo César. Uma decisão inteligente, dado que estes elementos deram uma excelente resposta, trouxeram maior frescura física, para além de terem dado indicações positivas ao treinador, que pôde testar algumas soluções alternativas ao seu «onze» base. Postura diferente teve António Sousa e pagou por isso. Se as ausências forçadas de Zeman (lesionado) e Juninho Petrolina (castigado) fizeram mossa na equipa, os restantes titulares nas Antas apresentaram-se algo apáticos e sem o vigor que os tem caracterizado.

Foi a equipa da casa que assumiu as despesas do jogo, ainda que tenha passado por uma fase inicial de alguma indefinição. Até aos 15 minutos nada acontece e esse período só foi quebrado com um mau atraso de Bruno Mendes, que obrigou Candeias a aplicar-se. O aviso serviu para os vila-condenses sentirem a necessidade de crescer. Logo aos 18m Evandro quase marca, mas a bola vai às malhas laterais. A pressão era assumida e as oportunidades foram surgindo, quase sempre pelos pés de Paulo César e Jacques. Este último, muito bem no lado esquerdo do ataque, recebeu o seu prémio e ofereceu-o à equipa, quando, aos 42 minutos, Areias alivia mal a bola, que bate em Filipe e sobra para o extremo, que a coloca com estilo no fundo das redes. O resultado estava feito, 1-0.

Com a vantagem no marcador garantida o Rio Ave nunca abdicou de atacar, enquanto os aveirenses não conseguiam arrepiar o caminho, mesmo com a entrada de Rui Dolores na segunda parte, que pretendia abrir a frente de ataque. Empenhados em resolver o desafio bem cedo, os vila-condenses apostaram ainda mais no ataque e viram a bola embater duas vezes nos ferros. Primeiro, aos 57m, Paulo César remata e Marriot desvia para o poste, para, apenas três minutos depois, Idalécio tentar o chapéu ao guarda-redes, que defende de forma espectacular, ainda que a bola tenha batido posteriormente na barra.

Não satisfeita a vontade de tranquilizar o jogo, os vila-condenses tiveram de sofrer nos instantes finais. O Beira Mar, que só tinha criado real perigo aos 31 minutos numa perdida incrível de Levato, reforçou a frente de ataque com João Paulo e Whelliton, mas o «chuveirinho» não teve efeitos práticos, pois o adversário reagiu com eficácia e muita tranquilidade. Enquanto o Rio Ave continua a jogar de forma consistente, embora nada exuberante, António Sousa já terá muito que pensar e rapidamente, porque no domingo recebe o Nacional.

FICHA DE JOGO

Árbitro: Pedro Henriques (Lisboa)

Auxiliares: José Lima e José Borges

Quarto árbitro: João Capela

Estádio do Rio Ave, em Vila do Conde

RIO AVE ¿ Candeias; José Gomes, Bruno Mendes, Idalécio e Valente; Jaime, Mozer e Niquinha; Evandro, Paulo César e Jacques.

Treinador: Carlos Brito

Substituições: Evandro por Gama, 70m; Paulo César por Ronny, 79m; Jaime por Cuco, 86m.

BEIRA MAR ¿ Marriot; Ribeiro, Filipe, Saúl e Areias; Levato, Sandro e Kata; Osório; Kingsley e Wijnhard.

Treinador: António Sousa

Substituições: Levato por Rui Dolores, 46m; Osório por João Paulo, 72m; Wijnhard por Whelliton, 72m.

Ao intervalo: 1-0

Marcadores: 1-0, Jacques, 42m;

Disciplina: cartão amarelo a Sandro (31m) e José Gomes (76m)

Resultado final: 1-0

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