Aprovada a moção de confiança à direção de Rui Rio - TVI

Aprovada a moção de confiança à direção de Rui Rio

  • João Guilherme Ferreira
  • Joana Reis
  • atualizada às 07:24
  • 18 jan 2019, 02:32

Membros do Conselho de Jurisdição do PSD abandonaram a sala minutos antes da votação. À saída do encontro, o presidente social-democrata disse esperar que agora "remem todos no mesmo sentido"

A moção de confiança ao líder do PSD foi aprovada, na madrugada desta sexta-feira, por 76 votos a favor e 50 contra. À saída do encontro Rui Rio garantia que "a legitimidade para governar tinha sido dada nas diretas" do ano passado, esperando agora que "remem todos no mesmo sentido".

Eu legitimidade para liderar o partido tive sempre porque ganhei as diretas, agora naturalmente face a este tumulto que houve recentemente, este resultado é um resultado importante, porque é um resultado um pouco superior, apesar de tudo, àquele que tive nas diretas. Eu tive cerca de 55% e agora cerca de 60%, portanto, é naturalmente uma ajuda", afirmou o líder do PSD

O presidente social-democrata disse esperar que a partir de agora “remem todos no mesmo sentido” para ver se o PSD recupera e ganha as eleições, e desejou que possa haver paz no partido.

Neste momento, já é claro que o PS pode perder as próximas eleições, o que ainda não é claro é que o PSD as possa ganhar. Isso é o que nós temos que fazer, é essa a tarefa que temos pela frente. Metade está feita, o PS pode perder, agora nós temos que construir a possibilidade de a ganhar. E espero que a partir de agora remem todos no mesmo sentido para ver se o PSD recupera", afirmou.

"Acima de tudo o que era preciso é que agora houvesse uma paz no partido para que nós pudéssemos fazer o papel que nos compete de construir uma alternativa ao governo do PS", acrescentou.

Minutos antes da decisão, os membros do Conselho de Jurisdição do PSD abandonaram a sala onde decorria a reunião. Os conselheiros nacionais decidiram depois, de braço no ar, que a votação da moção de confiança iria ser feita por voto secreto. 

Hugo Soares, ex-líder da bancada parlamentar, abandonou a sala e teceu duras críticas ao Presidente da Mesa do Conselho Nacional do PSD depois de este "não ter dado a palavra ao Presidente do Conselho de Jurisdição"

Mais do que discutir o que era importante discutiu-se uma historieta", resumiu Hugo Soares

Apesar das críticas Hugo Soares deixou elogios a Rui Rio pela posição tomada sobre a forma de votação e mostrou-se confiante de que o "PSD sai reforçado depois da presidência ter sido espicaçada"

A reunião deste organismo do PSD iniciou-se às 17:00.  

Votaram 126 conselheiros nacionais, o que totaliza uma aprovação da moção da confiança por cerca de 60% dos votos.

A moção de confiança tinha sido apresentada pelo presidente do partido, depois de o antigo líder parlamentar Luís Montenegro ter desafiado Rui Rio a convocar diretas.

Rio rejeitou o repto de antecipar as eleições – completou no domingo metade do seu mandato, um ano –, mas pediu ao órgão máximo do partido entre Congressos que renovasse a confiança na sua Comissão Política Nacional.

 

Mota Pinto admite que Conselho Nacional pode ter de rever o seu regulamento

O presidente do Conselho Nacional do PSD, Paulo Mota Pinto, admitiu que este órgão pode rever o seu regulamento, depois das muitas dúvidas levantadas acerca do modo de votação da moção de confiança.

Em declarações aos jornalistas no final da reunião, Paulo Mota Pinto disse estar “perfeitamente tranquilo, quer no plano político, quer no plano jurídico”, com as decisões da Mesa do Conselho Nacional e recusou que a discussão jurídica tenha ensombrado o debate.

Acho que a decisão permitiu que a discussão da moção se centrasse no conteúdo e não fosse desviada para questões procedimentais. Surgiu quando devia surgir: na altura da votação”, afirmou.

Paulo Mota Pinto admitiu que a norma que permite a um décimo dos conselheiros requerer a votação secreta “dá espaço a dúvidas legítimas” (se é de aplicação obrigatória ou se deve ser sujeita a votação) e, por isso, considerou desejável “haver uma clarificação a promover pelo Conselho Nacional” do seu regulamento.

Não vou dizer qual a minha posição sobre essa norma, estando a dirigir-me ao Conselho Nacional entendi não devia pronunciar-me”, afirmou, salientando que se absteve quanto ao modo de votação da moção.

Sobre o resultado, Mota Pinto considerou que Rui Rio sai reforçado “e o partido sai, com certeza, mais unido do que estava antes”.

Sobre a decisão do Conselho Nacional de Jurisdição ter abandonado a sala depois de não ter sido acolhido um parecer seu, o antigo juiz do Tribunal Constitucional salientou que “é a Mesa do Conselho Nacional que dirige os trabalhos”.

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