A sociedade de advogados Mossack Fonseca contactou dois bancos em nome de duas pessoas ligadas ao Governo de Malta para abrir uma empresa no Panamá.
Em causa estão o consultor financeiro do ministro da Energia, Konrad Mizzi, e Keith Schembri, chefe de gabinete do primeiro-ministro Joseph Muscat, avança o jornal australiano Financial Review.
Vários documentos dos Papéis do Panamá revelam que a Mossack Fonseca entrou em contacto com o banco BSI, em Dezembro, que recusou abrir uma conta a não ser que Konrad Mizzi e Keith Schembri pedissem um visto de imigrantes no Panamá.
Após a tentativa falhada seguiram-se contactos com outros seis bancos no Panamá, o Caribbean, o Miamo e o Dubai. Sobe assim para nove o número de bancos contactos pelo advogado da Mossack Fonseca, Luis Quiel, em nome de Schembri e Mizzi.
No seguimento das notícias avançadas pelo jornal australiano, o parlamento de Malta agendou para esta segunda-feira um debate para discutir uma moção de censura ao Governo.
A notícia do jornal australiano revelou ainda que Schembri e Mizzi tinham empresas no Panamá que no ano passado foram transferidas para dois fundos estrangeiros na Nova Zelândia.
Confrontado com os documentos Schembri negou a informação e acusou o jornal de conspiração e de tentativa de ataque ao Governo de Malta.
Já o consultor financeiro Mizzi disse que os vários mails trocados com a Mossack Fonseca são-lhe erradamente atribuídos e que pertencem a outros clientes.