Entrevista IKEA: «Há espanhóis que se deslocam a Portugal para virem ao Ikea» - TVI

Entrevista IKEA: «Há espanhóis que se deslocam a Portugal para virem ao Ikea»

  • Sónia Peres Pinto
  • 18 out 2007, 08:38
IKEA

Para o director de expansão da IKEA Portugal, António Machado, os clientes espanhóis já representam 10% da facturação da loja em Matosinhos, refere em entrevista à «Agência Financeira». Segundo o responsável, se antigamente os portugueses iam a Espanha ao Corte Inglés agora são eles que vêm a Portugal ao IKEA. António Machado considera, no entanto, que esta é uma solução a curto prazo, uma vez que, o grupo deverá abrir lojas na Galiza e na Corunha.

Abriram recentemente a loja de Matosinhos e atingiram recordes em termos de visitas. Como?

A nossa segunda aposta em Portugal foi no norte do país e fez parte do nosso plano de expansão. Neste momento já um sucesso. Nos primeiros dois meses ultrapassámos os 500 mil visitantes e, mais uma vez, superou as nossas expectativas. Este mercado é diferente de Lisboa mas, os visitantes estão-se a habituar a este conceito e tem uma grande margem de crescimento.

As metas de 100 milhões de euros até 2010 e 1,5 milhões de visitantes por ano mantêm-se?

Sim, temos um número de visitantes e de facturação muito acentuado.

Até aqui os portugueses iam a Espanha à IKEA parece que agora estamos a assistir a uma inversão desta tendência, pelo menos em Matosinhos...

É verdade. A loja de Matosinhos é por enquanto uma resposta aos espanhóis que vivem na Galiza. Em média, os clientes espanhóis representam cerca de 10% do total da facturação da loja de Matosinhos. No passado dia 12 de Outubro, foi feriado em Espanha e fomos invadidos por espanhóis. Estabelecemos um recorde de vendas e recebemos mais de 12 mil visitantes. Se antigamente os portugueses iam a Espanha para o El Corte Inglês, agora estamos a assistir ao contrário, ou seja, agora é a vez dos espanhóis virem a Portugal à Ikea.

Quando optaram por Matosinhos já estavam a contar com essas visitas?

Matosinhos é uma localização ideal. É muito boa a nível de acessos e estamos numa zona interessante do Porto com acessos a Viana do Castelo, Braga e Guimarães. Aliás, este foi um dos critérios de escolha. Mas quando estamos a falar de Espanha é uma solução a curto prazo, porque a médio prazo acredito que a IKEA vá abrir lojas na zona da Galiza e da Corunha.

Espanha perdeu quantos clientes portugueses?

Quando abrimos em Lisboa, tínhamos cerca de 8% da facturação da loja que está mais a sul de Madrid. É natural que essa unidade tenha sentido em termos de facturação nos primeiros meses. Mas Madrid é um mercado muito forte com um crescimento contínuo.

Em relação à fábrica de Matosinhos, a decisão de localização foi um pouco turbulenta...

No início do processo tivemos muitas candidaturas, depois trabalhámos com a Agência Portuguesa para o Investimento (API) para escolher as melhores condições. No final apareceram três localizações: Matosinhos, Paredes e Estarreja. A nossa escolha foi muito clara e estava dentro dos critérios definidos. Não houve qualquer dúvida da nossa parte em termos de escolha e hoje temos a certeza de que foi a melhor selecção. Para já, não vamos abrir a nossa unidade de produção até termos os acessos directos à auto-estrada.

Vai criar quanto postos de trabalho?

Estas três unidades vão empregar entre 750 e 800 trabalhadores.

A produção das fábricas de Paços de Ferreira destina-se a que mercados?

Cerca de 90% destina-se ao mercado externo. Portugal vai exportar para as lojas do grupo em França, Espanha, Inglaterra e também Estados Unidos. Estes serão os principais mercados.

Veja a entrevista na íntegra

«Há interesse que a IKEA mantenha o programa de expansão»

«Abrir a 2ª loja em Lisboa é prioridade para próximos anos»

«Centros comerciais devem avançar mas sem parcerias»
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