BES/GES: a audição de Carlos Tavares em 6 pontos - TVI

BES/GES: a audição de Carlos Tavares em 6 pontos

Carlos Tavares (Lusa/Manuel de Almeida)

Presidente da CMVM foi ouvido a 18 de novembro. Revelou que o governador do Banco de Portugal lhe telefonou a dar conta do receio de uma fuga de informação. E, de facto, grandes institucionais desfizeram-se «massivamente» das ações do BES

O presidente da CMVM recusou na comissão de inquérito ao BES / GES qualquer «guerra de supervisores». Garantindo que o supervisor de mercado não foi consultado sobre a intervenção que se viria a realizar no BES, dividindo-o em banco bom e banco mau, acabou por fazer uma revelação. Contou que o governador do Banco de Portugal lhe telefonou a dar conta que receava uma fuga de informação e, de facto, houve quem grandes investidores a desinvestir «massivamente» nas ações do BES e outros, mais pequenos, a comprar pensando que era um bom negócio. Mas ficaram sem nada, com o colapso que se veio a verificar.

O resumo da audição em 6 pontos:

1 – Revelou que o governador do Banco de Portugal lhe telefonou no dia 1 de agosto de 2014, sexta-feira, às 15:12, receando uma «fuga de informação» e recomendou a suspensão das ações. Faltava pouco mais de uma hora para o fecho do mercado. Já nada se fez

2 – Admitiu que houve grandes investidores a desfazerem-se «massivamente» das ações que tinham, a 31 de julho e 1 de agosto, e muitos pequenos a comprar, pensando que estavam a comprar a bom preço. A negociação, nos dois dias, foi «anormalmente elevada», mas a CMVM não tinha razão para supor «falta de informação» para avançar com a suspensão

3 – Adiantou que está em curso um «processo de averiguação» a esse propósito e que o mesmo poderá ser reencaminhado para o Ministério Público, no sentido de se perceber se houve abuso de informação privilegiada

4 – Defendeu que se deve fazer um desconto aos pequenos investidores nas novas ações, por forma a compensá-los das perdas que tiveram

5 – Negou que exista qualquer «guerra» entre supervisores e garantiu que a CMVM não foi envolvida na intervenção no BES e sobre a medida de resolução que se veio a decidir. «Não foi sequer consultada sobre a matéria». Por isso, descartou qualquer responsabilidade

6 – Revelou que o fundo Espírito Santo Liquidez fez uma «redução drástica de ativos», o que gerou suspeitas e fez com que a supervisão da CMVM tenha determinado uma supervisão presencial no grupo. «Para saber se as aplicações estavam a ser substituídas e colocadas para clientes de retalho». Uma parte foi substituída pelo papel comercial da ESI e Rio Forte, comercializada sob a forma de emissões particulares». Mas como foram operações feitas no estrangeiro, estavam fora da supervisão da CMVM

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