Autárquicas: CDS admite discutir desdobramento da eleição mas quer decisão "mais perto do verão" - TVI

Autárquicas: CDS admite discutir desdobramento da eleição mas quer decisão "mais perto do verão"

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  • 19 mar 2021, 15:25
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Partido considera que "deve estar em cima da mesa" a possibilidade de as eleições autárquicas se realizarem em dois fins de semana, como admitido pelo Governo

O CDS-PP considera que "deve estar em cima da mesa" a possibilidade de as eleições autárquicas se realizarem em dois fins de semana, como admitido pelo Governo, mas defende que a decisão deve ser tomada "mais perto do verão".

O CDS acha que é uma proposta que devemos equacionar, portanto, deve estar em cima da mesa, assim como por exemplo o ato eleitoral poder realizar-se nos dois dias seguidos, tanto no dia de reflexão e no domingo", afirmou o secretário-geral do CDS-PP, Francisco Tavares, em declarações à agência Lusa.

O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita admitiu, em entrevista à agência Lusa divulgada hoje, a possibilidade de as eleições autárquicas, previstas para setembro ou outubro, se realizarem em dois fins de semana devido à pandemia de covid-19.

Para o CDS, a afluência às urnas "nas autárquicas é efetivamente uma preocupação", tal como foi nas eleições regionais dos Açores e nas presidenciais, os dois atos eleitorais que decorreram em período de pandemia.

No entanto, o secretário-geral centrista defendeu que é prematuro tomar agora uma decisão sobre as eleições para as autarquias locais e considerou que "deve ser decidido como atuar para garantir a segurança dos portugueses", através da adoção desta medida "e outras", na "altura certa".

Nenhuma decisão deve ser tomada agora, devem ser sim equacionadas todas as situações possíveis e todas as propostas possíveis mas essa decisão deve ser tomada em tempo próprio, nomeadamente mais perto do verão", advogou.

Francisco Tavares justificou que é necessário ter "duas informações importantíssimas", que se prendem com a evolução da pandemia e as previsões dos especialistas quanto ao que "poderá acontecer no mês em que for equacionado o ato eleitoral", bem como evolução do plano de vacinação e a possibilidade de o país alcançar imunidade de grupo.

"Estamos a sete meses desse período, é muito tempo para conseguirmos ter uma previsão acertada. Achamos que neste momento é altura de planear, de equacionar essas soluções, mas que essas decisões devem ser tomadas mais perto do verão com mais dados sobre a pandemia", frisou.

Mas ficamos bastante satisfeitos de finalmente o Governo não correr atrás do prejuízo e atempadamente pensar em soluções para atuar", saliento ainda o dirigente.

Francisco Tavares saudou o executivo de António Costa por "começar a planear" e "não cair nos erros do passado, antecipar qualquer crise que possa existir e garantir a segurança dos portugueses e do próprio ato eleitoral".

Em entrevista à agência Lusa, Eduardo Cabrita disse que nas eleições autárquicas “não está previsto o voto antecipado”, mas existe “abertura para ponderar modelos”, sendo “a distribuição do voto entre dois fins de semana perfeitamente possível”.

Ressalvando que “tudo depende da Assembleia da República”, o governante explicou que, nas eleições autárquicas, “não é possível o voto em mobilidade porque isso implicaria ter tantos boletins de voto disponíveis quantas as três mil freguesias que existem no país e, portanto, seria uma operação logística impossível”.

 

PAN saúda abertura para desdobramento mas pede salvaguarda do período de reflexão

O PAN, que propôs que as eleições autárquicas possam decorrer em dois dias seguidos, congratulou-se hoje com a abertura do Governo para sejam repartidas por dois fins de semana, mas quer ver salvaguardado o período de reflexão.

Desde que esteja salvaguarda a questão do período de reflexão e que estejam asseguradas as questões sanitárias, da nossa parte estamos inteiramente disponíveis para esse diálogo e para esse debate, porque o importante é que o ato eleitoral se realize de forma desdobrada, que não se centralize num único dia, para que possa ser mais participado", afirmou a líder parlamentar do Pessoas-Animais-Natureza, Inês Sousa Real, em declarações à agência Lusa.

A deputada justificou que é importante "não apenas por razões sanitárias", devido à pandemia de covid-19, mas "sobretudo também para que se combata a abstenção", considerando que "o país precisa de reforçar a sua democracia do ponto de vista daquilo que tem sido a fraca participação nos diferentes atos eleitorais, e esta medida pode precisamente contribuir para isso".

O ministro da Administração Interna admitiu hoje a possibilidade das eleições autárquicas, previstas para setembro ou outubro, se realizarem em dois fins de semana devido à pandemia de covid-19.

Inês Sousa Real congratulou-se pelo facto de o Governo ter ido "ao encontro da preocupação que o PAN já tinha não só manifestado, como também propôs, com uma iniciativa legislativa que deu entrada na Assembleia da República e que vai ser discutida também em breve, que é a possibilidade de se realizar o ato eleitoral em dois dias".

É com agrado que verificamos esta aproximação de Eduardo Cabrita àquilo que tem sido de facto uma proposta do PAN para que este ato possa ser mais participado", salientou, ressalvando, no entanto, que "as soluções para que de facto este ato possa ser mais participado não se esgotam nos dois dias".

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