Liga Europa: FC Porto-Young Boys, 2-1 (crónica) - TVI

Liga Europa: FC Porto-Young Boys, 2-1 (crónica)

FC Porto-Young Boys

Dragão com meio fôlego e Só ares de uma grande noite europeia

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Não houve o arrepio na espinha daquele hino «The Chaaampiooons», que soa época após época pelos altifalantes do Dragão, nem sequer milhões tão abundantes. Ainda assim, na estreia na Liga Europa, o FC Porto cumpriu o seu papel de favorito: venceu o bicampeão suíço Young Boys, por 2-1, que perdeu pela primeira vez nesta época, e com este resultado feito na primeira parte assumiu o comando do Grupo G a par do Rangers, que venceu em Glasgow o Feyenoord.

Habituado à Liga dos Campeões, o FC Porto já não se lembrava de jogar uma fase de grupos da Liga Europa. A última em que participou, porém, foi de boa memória: 2010/11, época em que acabaria por levantar a taça, em Dublin, numa final frente ao Sp. Braga (que, sublinhe-se, esta noite esteve brilhante ao vencer o Wolverhampton em Inglaterra), conquistando o sétimo troféu internacional do seu palmarés.

Hoje, perante 32 929 espectadores, o FC Porto não teve, ainda assim, uma noite europeia despida de emoções.

Perante os vice-líderes e atuais bicampeões da Suíça, que acabaram com um jejum interno de mais de 30 anos e tomaram o lugar do Basileia como maior representante helvético, os dragões primeiro mostraram a sua superioridade e depois tiveram de sofrer para manter uma vantagem que parecia escassa ao intervalo.

FC Porto-Young Boys: filme e ficha do jogo

Foi um jogo a fazer jus ao chavão das «duas partes distintas».

Na primeira, o dragão mostrou toda a sua chama perante uns «jovens rapazes de Berna» com três centrais e Saidy Janko, cedido pelo FC Porto, a jogar adiantado sobre a direita.

Conceição apresentou o 4-4-2 habitual, com uma mudança: a entrada de Soares para o lugar de Zé Luís, que a recuperar de uma entorse ficou no banco.

Uma alteração feliz. Esta noite foi de Tiquinho, que ao sétimo jogou não só se estreou a marcar como fez o bis que estabeleceu a diferença no marcador.

Ofensivamente, além do regresso à eficácia de Soares, davam nas vistas as combinações de Otávio, Corona e Luis Díaz. Os golos surgiram daí mesmo. O segundo, então, é uma pintura. Uma espécie de carrossel azul e branco numa jogada coletiva para ver e rever.

Defensivamente, no entanto, os dragões, que se desdobravam num 4-3-3, com Marega e Díaz abertos nos flancos, mostravam dificuldades em controlar a velocidade nas transições ofensivas dos suíços.

Foi por aí que surgiu o lance que deu o penálti – derrube de Marchesín a Assalé –, que Nsame haveria de transformar em golo.

Com clara superioridade da posse de bola (62%-38%) aos remates à baliza (4-1) e até aos cantos (4-0), não seria de esperar um segundo tempo tão sofrido dos dragões.

O fôlego pleno durou pouco mais do que uma parte.

FC Porto-Young Boys: destaques do jogo

A perder, o Young Boys arriscou. Fez entrar o experiente e possante Hoarau, ex-ponta-de-lança do Paris Saint-Germain, que veio dar dimensão física ao ataque suíço.

Soares quase foi «Triquinho», quando aos 69m esteve perto de arrumar o assunto com um remate a rasar o poste.

A verdade é que, vendo a equipa perder o controlo do meio-campo, Conceição foi fazendo substituições defensivas – Baró para o lugar de Díaz, Manafá para o de Marega… Os nervos foram surgindo e as perdas de bola também. Felizmente para esta versão mais encolhida, havia Marchesín para acalmar o frisson. Como naquela defesa aos 73m, a remate de Garcia.

Entrou também Fábio Silva para, com 17 anos e dois meses, mostrar a sua precoce classe de ponta-de-lança e tornar-se no mais jovem portista de sempre a estrear-se nas competições europeias (batendo por três meses o recorde de Rúben Neves).

Como um algodão, a estatística equilibrou-se significativamente: da posse de bola (52%-48%, aos remates à baliza (6-3) até aos cantos (5-3). O marcador permaneceu inamovível. Justamente, diga-se.

Nove anos depois, o FC Porto estreia-se na fase de grupos com uma vitória na fase de grupos da Liga Europa.

Mesmo que a estreia não tenha dado para encher a vista, no Dragão não faltará quem, mesmo que em surdina, se tenha questionado: «Será este o primeiro passo de outra caminhada triunfal?»

Haveria lá melhor forma de sublimar a prematura desilusão da Champions?

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