Transportes pedem aumento de 7% nas tarifas para compensar combustíveis - TVI

Transportes pedem aumento de 7% nas tarifas para compensar combustíveis

Transportes Públicos

As empresas de transportes de passageiros querem um aumento das tarifas na ordem dos 6 a 7% para compensar a subida dos custos decorrente da alta do preço dos combustíveis nos últimos meses.

As empresas de transportes públicos, tal como os taxistas e os transportadores de mercadorias, afirmam estar numa situação financeira cada vez mais incomportável, tendo em conta a subida de custos com os combustíveis, decorrente da alta do petróleo, que se encontra em máximos históricos, e a impossibilidade de aumentar tarifas, que são fixadas todos os anos pelo Governo.

Em resposta às preocupações do sector, o ministro da tutela, António Mexia, afirmou ontem defender a passagem desse aumento dos custos para os clientes dos transportes públicos, abrindo a porta a um possível aumento de tarifas. Uma lógica que os profissionais do sector acolhem bem, apesar de considerarem que continuam a faltar outras medidas essenciais, afirmou o presidente da Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários Pesados de Passageiros (Antrop), Alfredo Correia, à Agência Financeira.

«Não é possível a nenhum sector trabalhar em regime de tarifas fixas, com os custos sempre a subir. O ideal seria o Governo criar mecanismos de compensação para o sector, como um gasóleo profissional, a cobertura dos custos sociais (com passes sociais, por exemplo) que as empresas estão a suportar e que deveriam passar para o Estado ou ainda o reembolso de uma parte do ISP que é pago nos combustíveis», refere o presidente da Antrop.

Tendo em conta apenas um aumento de tarifas, admitido pelo ministro, as empresas de transporte pesado de passageiros consideram que «seria necessária uma actualização da ordem dos 6 a 7% nas tarifas para compensar apenas a subida dos combustíveis», afirmou o mesmo responsável.

Caso o aumento das tarifas que o Governo vai, eventualmente, autorizar, «continue a ser achado insuficiente, o problema vai manter-se», tal como as dificuldades financeiras de muitas destas empresas.

Também a Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários de Mercadorias (Antram), concorda com a lógica do ministro António Mexia, de passar os custos para a factura apresentada aos clientes, mas, tal como no caso do transporte de passageiros, fica a sensação de que as medidas mais importantes vão continuar por decidir. O gasóleo profissional, um imposto especial de circulação de camionagem, uma regulamentação laboral específica e a actualização automática de preços são apenas exemplos, afirmou o secretário-geral, Abel Marques, à Agência Financeira.

A Antram tem uma reunião marcada para 30 de Agosto com o secretário de Estado dos Transportes, onde espera ver respondidas algumas das suas aspirações. Caso não se verifique abertura do Governo para avançar nestas matérias, a associação vai discutir, numa reunião posterior com os seus associados, medidas para alertar o Governo para a insustentabilidade desta situação, admitindo mesmo a hipótese de uma paralisação do sector como forma de protesto.
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