O Bloco de Esquerda considerou este domingo que o recurso da Irlanda ao FMI e à União Europeia vai «agravar a pressão» sobre a economia nacional, mas defendeu que essa intervenção não é desejável em Portugal, pelo seu carácter «profundamente recessivo».
Em declarações à Lusa, o deputado bloquista, José Gusmão, considerou que este pedido desencadeará um «efeito dominó» nos restantes países europeus e faz «aumentar a necessidade de haver, por parte da UE, uma resposta articulada, não a da Alemanha e França, mas baseada no princípio de solidariedade».
Para o BE, «grande parte das medidas» defendidas pelo FMI «já foram aplicadas pelo Governo, sem necessidade de qualquer pressão».
O Bloco rejeita a eventual intervenção destes organismos internacionais em Portugal, afirmando que tal seria «profundamente prejudicial» para a economia portuguesa.
As intervenções do FMI e da UE «têm como objectivo único garantir os interesses das economias que são credoras» das economias dos países que recebem estes apoios, sustentou.
O FMI, acrescentou José Gusmão, apresenta um «pacote profundamente recessivo», propondo medidas como a «contracção dos salários, a privatização dos serviços públicos e injustiças fiscais», rematou.
Recorde-se que os ministros das Finanças da Zona Euro acolheram «favoravelmente», este domingo, o pedido de ajuda da Irlanda e declararam-se dispostos a permitir que aquele país utilize o plano de resgate, informou uma fonte diplomática.
Pedido da Irlanda «aumenta pressão» sobre Portugal
- Redação
- CPS
- 21 nov 2010, 21:23
Intervenção do FMI «não é desejável em Portugal»
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