OMS adia decisão de declarar novo coronavírus uma emergência global de saúde pública - TVI

OMS adia decisão de declarar novo coronavírus uma emergência global de saúde pública

  • BC
  • 22 jan 2020, 20:08
Mundo protege-se contra o coronavírus

Diretor-geral da Organização Mundial de Saúde diz que é necessário recolher mais informação, adiando para quinta-feira a tomada da decisão. Cidade onde começou o surto encerrou rede de transportes e pede aos habitantes que evitem viagens para fora

A Organização Mundial de Saúde decidiu adiar para quinta-feira a decisão sobre declarar o novo coronavírus com origem na China uma emergência global de saúde pública. Em conferência de imprensa, o diretor-geral da OMS explicou que, dado o rápido desenvolvimento dos acontecimentos, é necessário recolher mais informação antes de o grupo de peritos tomar uma decisão. 

A decisão de declarar ou não uma emergência internacional de saúde pública é uma decisão que levo extremamente a sério e que só estou preparado para tomar com análise adequada de todas as provas", disse Tedros Adhanom, o líder da OMS.

Decidi pedir ao comité de emergência para se reunir  amanhã novamente e continuar a discussão”

Numa curta declaração, Tedros Adhanom agradeceu a colaboração das autoridades de saúde da China, acrescentando que a equipa da OMS está a trabalhar no país com peritos e responsáveis locais para investigar o surto. 

The Emergency Committee on the new #coronavirus (2019-nCoV) agreed with the decision to reconvene tomorrow given the rapidly evolving situation - Dr Didier Houssin, chair of the Committee

O Comité de Emergência da OMS, formado por especialistas de diversos países, incluindo epidemiologistas chineses, esteve reunido na sede da organização, em Genebra, na Suíça, sem chegar a um consenso, pelo que decidiu voltar a reunir-se na quinta-feira, indicou também o presidente do órgão de peritos, Didier Houssin, citado pela agência noticiosa espanhola Efe.

Na conferência de imprensa em que também esteve presente o diretor-geral da OMS, Didier Houssin reconheceu que houve uma divisão de 50% dos membros do Comité no momento de declarar a emergência de saúde pública internacional.

A emergência de saúde pública internacional supõe a adoção de medidas preventivas a nível mundial e foi declarada para as epidemias da gripe H1N1, em 2009, dos vírus Zika, em 2016, do Ébola, que atingiu uma parte da África Ocidental, de 2014 a 2016, e a República Democrática do Congo, desde 2018, e do pólio, em 2014.

O novo coronavírus (família de vírus), que causa pneumonias virais, foi detetado na China em dezembro e já infetou mais de 400 pessoas e provocou a morte a pelo menos 17.

O vírus em causa é transmitido entre animais e passou para os seres humanos, havendo já registos de transmissão pessoa a pessoa, mas ainda em circunstâncias não totalmente fundamentadas.

Os primeiros casos do coronavírus "2019 – nCoV" apareceram na cidade chinesa de Whuan, quando começaram a chegar aos hospitais pessoas com uma pneumonia viral (infeção nos pulmões causada por um vírus).

Soube-se entretanto que o Brasil está a investigar um caso supeito do novo coronavírus em Belo Horizonte e que o número de vítimas mortais na China da pneumonia viral subiu para 17. 

Os 17 mortos foram registados na província de Hubei, onde se localiza a cidade onde o surto teve origem, Wuhan. O anterior balanço dava conta de nove mortos nesta província. 

As autoridades na cidade de Wuhan encerraram esta quarta-feira a rede de transportes públicos e estão a aconselhar os locais a evitarem sair da cidade.

O governo de Hubei indicou ainda que foram confirmados 444 casos de infeção só nesta província chinesa.

O surto começou em meados de dezembro e acredita-se que teve origem animal, no mercado de Wuhan. A pneumonia viral alastrou-se a outras regiões como Guangdong, Pequim, Xangai e até Macau e Hong Kong.

Entretanto já foram registados casos de infeção no Japão, na Tailândia, em Taiwan, na Coreia do Sul e mais recentemente nos Estados Unidos.

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