V. Guimarães-Moreirense, 1-0 (crónica) - TVI

V. Guimarães-Moreirense, 1-0 (crónica)

V. Guimarães-Moreirense (Hugo Delgado/LUSA)

Hurtado com o antídoto anti-crise

Regresso aos triunfos depois de quatro jornadas sem vencer, triunfo pela margem mínima e ascensão, ainda que à condição, ao quarto lugar da Liga. O V. Guimarães triunfou no dérbi vimaranense com o Moreirense (1-0) no jogo de abertura da 23ª jornada da Liga. Fez, no fundo, o essencial, mas não se livrou de uma grande dose de sofrimento para o conseguir.

As bancadas transpiraram nervosismo, assobios em determinados momentos, e o Moreirense aproveitou-se disso para criar muitas dificuldades. Valeu a cabeça de Hurtado, num lance de bola parada, a fazer a diferença, selando o triunfo com aproveitamento quase máximo na finalização. O peruano teve o antídoto anti-crise.

Pelos segundo jogo consecutivo Pedro Martins apostou no mesmo onze, fazendo alinhar a mesma equipa que empatou no Restelo. Inácio fez seis alterações, mudando mais de metade da equipa em virtude das lesões e castigos. Bouba Saré estreou-se a titular na Liga com a camisola dos Cónegos.

 

Hurtado com cabeça anti-crise

 

A teoria da boa vizinhança rapidamente se esfumou no D. Afonso Henriques com o encontro entre o V. Guimarães e o Moreirense a iniciar-se com uma toada pouco amistosa. Cientes da importância de não averbar novo resultado negativo, as duas equipas não facilitaram, tornando o jogo muito faltoso. De resto, foi esse o tónico dominante da primeira parte, com muitas paragens e um ritmo baixo.

 

Pertenceu ao conjunto de Pedro Martins a iniciativa de jogo, fazendo-se valer do seu maior estatuto para assumir as despesas do jogo. Contudo, esbarrou num Moreirense bem organizado e que, inclusivamente, dispôs dos lances de maior perigo com os rápidos contragolpes. Alan Schons atirou ao travessão da baliza de Douglas e Nildo desperdiçou uma oportunidade soberana quando estava sozinho.

 

Apreensão nas bancadas com os adeptos a deixarem escapar assobios perante o atrevimento do Moreirense face à falta de capacidade do Vitória para articular o seu jogo. A dez minutos do intervalo Hurtado teve o antídoto para evitar o cenário de crise que se parecia querer instalar.

 

Livre de Hernâni da esquerda, Dramé ficou parado e deixou escapar o peruano que foi ao segundo poste cabecear completamente sozinho sem hipóteses para Makaridze. Golo na hora certa para a equipa de Pedro Martins, pondo água na fervura e levando da equipa a vencer para os balneários.

Moreirense pressiona mas não marca

 

Depois do período de descanso, apesar de nos primeiros instantes até ter ameaçado entrar bem, o V. Guimarães retraiu-se e passou por calafrios. Demérito da equipa da casa, que recuou em demasia e pareceu sentir-se mal em vantagem no marcador, mas, por outro lado, mérito também do Moreirense.

 

A equipa de Augusto Inácio construiu uma mão cheia de lances de perigo, valendo Douglas e alguma falta de pontaria na hora de visar a baliza adversária. O Moreirense acreditou até ao fim e ameaçou por diversas vezes o empate, mas não conseguiu livrar-se do estigma de ainda não ter vencido depois da conquista da Taça da Liga.

 

Quinto jogo sem vencer do Moreirense, conseguindo aquilo a que se chamará uma vitória moral, depois de já o ter feito diante do Sporting. A equipa de Inácio merecia claramente mais do que a derrota, mas pode ver a linha de água aproximar-se com o evoluir da jornada.

 

Depois da apreensão o D. Afonso Henriques despediu-se dos adeptos a aclamar pelo Jamor. Quarta-feira os pupilos de Pedro Martins recebem o Desp. Chaves na primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal. Até por isso a vitória desta noite era preciosa. Valeu pelo resultado, a exibição não encheu o olho, mas para já vai valendo o quarto lugar.

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