«Antes de tudo, é necessário evitar pôr a questão em termos religiosos», disse Borrell à rádio espanhola Cadena Ser a propósito do debate em curso sobre a abertura de negociações de adesão da Turquia à UE.
A recomendação positiva da Comissão a 6 de Outubro parece ter-se tornado mais provável depois de um encontro na quinta-feira em Bruxelas do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, com o comissário europeu para o Alargamento, Guenter Verheugen, que declarou que já não havia «mais obstáculos».
Interrogado sobre a oposição de alguns círculos na Europa à adesão de uma nação muçulmana, Borrell considerou que esta seria «uma oportunidade de demonstrar ao mundo que o Oriente e o Ocidente podem coexistir».
«Existem 14 milhões de muçulmanos na Europa, mil milhões no mundo, a Europa não pode ser concebida como um clube cristão», argumentou, insistindo em que «o desafio mais importante com que a Europa se confronta é o da sua relação com os seus vizinhos do mundo islâmico».
A decisão final sobre a adesão da Turquia à UE será tomada pelos chefes de Estado e de governo dos 25 a 17 de Dezembro em Bruxelas, aos quais Borrell tenciona apresentar um relatório sobre a posição do parlamento europeu.
Adesão da Turquia não deve ser posta em «termos religiosos»
- Redação
- Lusa/AM
- 24 set 2004, 14:33
O presidente do Parlamento Europeu, Josep Borrell, defendeu hoje que a Europa não pode «ser concebida como um clube cristão» e que é preciso «evitar pôr em termos religiosos» a questão da adesão da Turquia à EU, segundo a Agência Lusa.
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