Terrorismo: "Estamos relativamente sossegados, mas pode acontecer" - TVI

Terrorismo: "Estamos relativamente sossegados, mas pode acontecer"

General Loureiro dos Santos, ex-ministro da Defesa, diz que novos poderes dados às secretas são uma "excelente decisão" que poderá ajudar a prevenir atentados. Mas ainda é preciso fazer mais

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Três ataques terroristas no mesmo dia, em três pontos do globo, um deles bem perto, de novo em França. A força do terrorismo leva a questionar se Portugal está ou não preparado para um eventual atentado. O general Loureiro dos Santos, ex-ministro da Defesa e especialista nestes assuntos, considera que os cidadãos podem estar "relativamente sossegados", mas não há garantias de que o país esteja imune. A ameaça existe e a Europa é "aberta".

A melhor prevenção é, considerou, um "excelente serviço de informações" que França, por exemplo, até tem. "Portugal tem meios militares que poderão ser aplicados desde que haja um estado de exceção [decretado pelo Presidente da República]. Os serviços de informações têm capacidade e agora já têm possibilidade de efetuar determinado tipo de deteções que não tinham há pouco tempo", disse no programa "Política Mesmo" da TVI24.

Loureiro dos Santos aludia ao diploma aprovado pelo Governo no início do mês, que reforça a capacidade de intervenção do Sistema de Informações da República Portuguesa no âmbito do combate ao terrorismo, prevendo-se o acesso ao registo do tráfego de comunicações, dados bancários e fiscais. "Foi uma excelente decisão do parlamento, a aprovação da lei", considerou o general.

"Temos instrumentos que nos podem deixar relativamente sossegados. Agora não podemos dizer e garantir que não haverá atentados terroristas em Portugal. Pode haver. O espaço europeu é aberto. Com relativa facilidade, apesar do controlo de fronteiras, [as pessoas podem entrar nos países]. Não dá a garantia total de que não tenhamos situação dessas"


Para além disso, o controlo é uma coisa que custa dinheiro. "Convém que os nossos governantes olhem muito bem para as capacidades militares e para a insuficiência dos meios que temos, até porque até agora as coisas não têm andado muito mal, mas fazemos parte da Europa, que está verdadeiramente cercada".

Loureiro dos Santos aconselhou que "rapidamente" se coloque em ação o programa de reservistas "para não sermos apanhados de calças na mão".


 
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