Euro 2020: Itália-Áustria, 2-1 a.p. (crónica) - TVI

Euro 2020: Itália-Áustria, 2-1 a.p. (crónica)

O meu banco é melhor que o teu

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A Itália venceu a Áustria por 2-1, após prolongamento, e avança para os quartos de final do Euro 2020, esperando pelo vencedor do duelo entre Portugal e Bélgica. Chiesa (94m) e Pessina (104m) marcaram para os italianos, Kalajdzic reduziu para os austríacos (114m).

Os três golos vieram do banco de suplentes, provando que Roberto Mancini tem mais alternativas de qualidade, por comparação com um Franco Foda que montou uma estratégia capaz de anular a Itália durante o tempo regulamentar, sem conseguir prolongar o efeito por falta de capacidade física da sua equipa e escassez de soluções.

Pelo caminho, refira-se, a Squadra Azzurra estabeleceu um novo recorde italiano de jogos sem perder (31). Perto do final do tempo regulamentar, bateu ainda o melhor registo temporal sem sofrer golos (1.144 minutos), mas viu as suas redes balançarem no prolongamento, ao 12.º jogo.

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Roberto Mancini recuperou o figurino habitual da Itália, depois de ter introduzido várias alterações no duelo com o País de Gales, já com o apuramento garantido.

O selecionador italiano admitiu ser um luxo poder escolher entre Locatelli, autor de dois golos frente à Áustria, e Verratti, que regressou à competição após lesão. Mancini preferiu o médio do Paris Saint-Germain, mas viria a emendar a mão na etapa complementar.

Foi pela superioridade no setor intermediário, aliás, que a Áustria conseguiu equilibrar o jogo e ser inclusive mais forte no início da segunda parte. Sem alterações no onze que venceu a Ucrânia, a seleção austríaca voltou a apresentar uma forte matriz germânica.

Franco Foda, treinador alemão, utilizou de início nove jogadores que disputaram a Bundesliga na época passada. As exceções foram o guarda-redes Bachmann (Watford/Inglaterra) e o avançado Arnautovic (Shangai Port/China).

Com enorme coesão defensiva, capacidade de entreajuda e a qualidade técnica de jogadores como Grillitsch ou Sabitzer, a Áustria conseguiu aguentar uma Itália extremamente moralizada, que rematou por 12 vezes na etapa inicial mas teve apenas duas ocasiões claras de golo: Barella rematou para defesa de Bachmann (17m) e Immobile (32m) acertou com estrondo no poste após um remate fabuloso de fora da área.

Se o jogo já não parecia tão fácil como o esperado para a Itália, mais difícil ficou após o reatamento, com a seleção de Franco Foda a surgir com linhas mais subidas e a tirar partido da crescente ansiedade dos transalpinos.

Ao minuto 63, aliás, Arnautovic chegou a festejar o golo austríaco, após desvio de cabeça do capitão Alaba, mas o experiente avançado foi apanhado em posição irregular.

Por essa altura, Roberto Mancini já tinha percebido que era preciso alterar o plano de jogo. As entradas de Locatelli e Pessina visavam dar novo fulgor a meio-campo, as de Chiesa e Belotti procuravam oferecer novas soluções ao ataque.

Já perto do final do tempo regulamentar, perante uma Áustria sem alterações no onze até ao minuto 90 e a acusar algum cansaço, a Squadra Azzurra montou definitivamente o certo junto à área contrária.

A entrada de Federico Chiesa permitiu à Itália ter maior largura no setor ofensivo, já que Berardi procurava invariavelmente o espaço interior, ao contrário do avançado da Juventus. A chave do jogo esteve precisamente ali.

Na primeira parte do prolongamento, Spinazzola descobriu Federico com espaço na direita (Alaba estava a fechar ao centro, como é habitual) e o filho de Enrico Chiesa fez o resto. Dominou de cabeça, fintou Laimer para dentro e inaugurou o marcador. Momento histórico: primeiro pai e filho a marcarem em Europeus.

A muralha austríaca ruiu como um baralho de cartas e o banco de Roberto Mancini voltou a apresentar juros. Pouco após o 1-0, Pessina surgiu na área para, num lance de insistência, ampliar a vantagem.

Como não há duas sem três, seria mais um suplente – desta feita da Áustria – a fixar o resultado final e premiar a abnegação da seleção orientada por Franco Foda. Na sequência de um canto cobrado por Schaub, o gigante Kalajdzic surgiu ao primeiro poste para desviar de cabeça para o fundo da baliza. Foi o primeiro golo sofrido pela Itália após 11 jogos com as redes invioladas. Justo prémio para um adversário que lutou até ao limite das suas capacidades.

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