Jacques Chirac, antigo presidente francês, morreu esta quinta-feira em Paris aos 86 anos, avança o Le Figaro.
Segundo o jornal, a morte do ex-chefe de Estado foi anunciada pelo genro, Frédéric Salat-Baroux.
O presidente Jacques Chirac morreu esta manhã junto dos seus", informou o familiar, marido de Claude Chirac, uma das filhas do antigo presidente.
Chirac foi presidente entre 1995 e 2007 e estava retirado da vida pública e política há vários anos. Em 2005, foi vítima de um acidente vascular cerebral, que o fragilizou até ao final do mandato.
Começou na política no início da década de 60 do século passado, como conselheiro do então primeiro-ministro George Pompidou, e tornou-se deputado pelo departamento de Corrèze antes de chegar ao governo. Fundou um partido político, o Rassemblement pour la République, União para a República, de centro-direita.
Chiraq foi eleito presidente da República francesa em 1995, derrotando o candidato socialista Lionel Jospin. Teve uma das carreiras políticas mais longas da Europa: foi duas vezes presidente, depois de ser duas vezes primeiro-ministro e presidente da câmara de Paris durante 18 anos.
Apesar de ter sido criticado pela inação que caracterizou o seu mandato presidencial, tornou-se um dos políticos mais queridos dos franceses.
Internacionalmente, destacou-se pela oposição à invasão do Iraque em 2003, pela força liderada pelos Estados Unidos, recorda o The Guardian. Avisou na altura que qualquer ocupação do território iraquiano iria tornar-se "um pesadelo".
Em 2011, tornou-se o primeiro ex-presidente francês a ser condenado por corrupção, acusado de fraude com fundos do partido quando ainda era autarca de Paris. Apanhou dois anos de pena suspensa.
Reagindo à morte de Chirac, o também ex-presidente francês Nicolas Sarkozy disse: "Uma parte da minha vida desapareceu hoje". Também o ainda presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, lamentou o óbito do estadista francês.
Aujourd'hui, l'Europe perd une de ses figures de proue, la France un grand homme d'État et moi un ami fidèle. Jacques #Chirac était un homme de fortes convictions, celles des valeurs humanistes de fraternité, de respect de la tolérance.https://t.co/HcdpxsRHa9
— Jean-Claude Juncker (@JunckerEU) 26 de setembro de 2019
Hoje, a Europa perde uma das suas figuras de proa, a França perde um grande homem de Estado e eu um amigo fiel. Jacques Chirac era um homem de convicções fortes, as dos valores humanistas da fraternidade, do respeito e da tolerância", escreveu Juncker no Twitter.
Já o ex-presidente François Hollande lembrou Chirac como "um combatente" que "soube estabelecer um laço pessoal com os franceses".
Anne Hidalgo, atual presidente do município de Paris, escreveu no Twitter que a capital francesa está "de luto" e anunciou que as bandeiras dos edifícios municipais estarão a meia-haste, tendo o município disponibilizado igualmente livros de condolências "para que os parisienses possam dar testemunho da sua afeição".
Aujourd’hui Paris est en deuil. Je suis profondément émue et attristée d’apprendre que le Président Chirac nous a quittés. Homme d’Etat hors norme, immense figure humaniste, il a marqué l’histoire de notre pays. pic.twitter.com/SnZmQSDFMn
— Anne Hidalgo (@Anne_Hidalgo) 26 de setembro de 2019
O primeiro-ministro António Costa recordou Jacques Chirac como "um amigo” de Portugal e dos emigrantes portugueses em França, tendo encarnado os ideais republicanos no seu país e na Europa.
Recordarei sempre Jacques Chirac como um amigo de Portugal e dos portugueses em França. Durante toda a sua vida, encarnou os ideais republicanos em França e na Europa”, escreveu António Costa, na rede social Twitter, expressando condolências à “família e ao povo francês”.
Recordarei sempre Jacques Chirac como um amigo de Portugal e dos Portugueses em França. Durante toda a sua vida, encarnou os ideais republicanos em França e na Europa. À sua família e ao povo francês, as minhas sentidas condolências.
— António Costa (@antoniocostapm) September 26, 2019