Bruxelas pede cinto mais apertado e Sócrates concorda - TVI

Bruxelas pede cinto mais apertado e Sócrates concorda

José Sócrates

A Comissão Europeia (CE) considerou esta semana que muitos dos objectivos fixados pelo Governo português são demasiado vagos e pecam por falta de informação sobre as fontes de financiamento. Bruxelas quer ver mais resultados objectivos, nomeadamente no que toca à sustentabilidade das finanças públicas e à concorrência nos sectores das telecomunicações e energia.

Na análise que fez do programa de reformas estruturais apresentado pelo Executivo português, a Comissão diz que muitas das metas são ambiciosas, e que estão já a ser tomadas medidas «promissoras», mas aponta também que outras pecam por serem vagas e inquantificáveis.

No que se refere às metas orçamentais, nomeadamente de correcção do desequilíbrio nas contas públicas, Bruxelas pede que Portugal seja ainda mais «vigoroso». De resto, esta é também a palavra de ordem no que respeita à ampliação da concorrência nos sectores das telecomunicações e energia.

Além de avaliar a evolução dos Estados-membros no que toca à Estratégia de Lisboa, Bruxelas comenta ainda o Programa Nacional de Acção para o Crescimento e Emprego (PNACE), dizendo que, apesar de identificar e responder aos principais desafios de Portugal, é vago nalgumas metas e matérias, talvez porque foi apresentado em Outubro, poucos meses depois da tomada de posse do Executivo.

Apesar desta condescendência, a Comissão alerta que, a partir deste ano dedicará especial atenção à consolidação das contas públicas.

O primeiro-ministro, José Sócrates, que esteve sexta-feira no Parlamento para o debate mensal, admitiu que «pedir sacrifícios aos portugueses é fundamental para o futuro».

Mas «todos os sacrifícios que o Governo pediu, até hoje, aos portugueses, fizemo-lo com justiça e em nome do futuro», garantiu.

Para os próximos anos, o líder do Executivo espera que sejam «melhores», assegurando que os portugueses já vão sentir os «benefícios» das medidas tomadas, às quais «não existia alternativa».
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