Cristas foi a Belém dizer a Marcelo o que a preocupa - TVI

Cristas foi a Belém dizer a Marcelo o que a preocupa

  • CM
  • 24 fev 2017, 17:21

Líder do CDS-PP deu conta ao Presidente da República do que entende serem as restrições "inadmissíveis" do exercício dos direitos da oposição. Ferro Rodrigues encontrou-se com o chefe de Estado primeiro, "opções de agenda" que a centrista não comenta

A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, cumpriu, nesta sexta-feira, a intenção de "deixar o registo" ao Presidente da República das preocupações sobre a "restrição inadmissível do exercício dos direitos da oposição" no parlamento.

A nossa intenção foi deixar o registo daquilo que nos preocupa no funcionamento do parlamento. Naturalmente, o senhor Presidente da República ouviu atentamente e agora fará o melhor uso desta informação", afirmou Assunção Cristas aos jornalistas à saída de uma audiência com Marcelo Rebelo de Sousa, no palácio de Belém.

A líder centrista escusou-se a comentar as "opções de agenda" do Presidente, ao receber, antes, num almoço o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, e sublinhou que "era importante" para o CDS dizer "de viva voz" ao chefe de Estado o que considera ser a "restrição inadmissível do exercício de direitos da oposição dentro do normal funcionamento do parlamento".

Confrontada com as considerações de Ferro Rodrigues de que o objeto da nova comissão de inquérito à Caixa cumpre os termos regimentais e constitucionais, a líder centrista afirmou: "Parece-me muito bem que possa entrar em funcionamento".

Esta nova comissão só tem lugar porque o trabalho do CDS foi bloqueado na anterior comissão", declarou, sublinhando que a constituição da comissão é potestativa, portanto, imposta por PSD e CDS-PP, exercendo um direito.

Assunção Cristas sublinhou que os centristas não declinam "o exercício de nenhum direito": "É também um dever para com os nossos concidadãos."

A líder do CDS-PP referiu que a conversa com o chefe de Estado não se cingiu aquela temática, tendo passado "em revista temas nacionais e locais", designadamente próximas iniciativas dos centristas e a sua "agenda autárquica".

(Lusa)

Antes, o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, foi recebido para almoçar com Marcelo Rebelo de Sousa, afirmando, à saída, aos jornalistas que o objeto da nova comissão de inquérito à Caixa cumpre "em absoluto os termos regimentais e constitucionais".

Por aquilo que li, julgo que cumpre em absoluto os termos regimentais, constitucionais e que é um direito potestativo dos deputados. Não penso que vá haver qualquer problema. A única camisola que eu não dispo é a da Constituição da República Portuguesa", afirmou Ferro Rodrigues.

Marcelo Rebelo de Sousa veio receber Ferro Rodrigues quando este chegou ao Palácio de Belém, cerca das 13:15, e também se deslocou à sala das bicas para se despedir do presidente do parlamento, na sua saída, cerca de uma hora e dez minutos depois.

Ferro Rodrigues ressalvou ainda não ter tido conhecimento formal do objeto da nova comissão parlamentar de inquérito imposta de forma potestativa pelo PSD e o CDS-PP, e que foi hoje anunciado será para apreciar a contratação, gestão e saída do anterior presidente do banco, António Domingues.

O presidente do parlamento quis sublinhar que "todas as instituições funcionam em absoluta regularidade", da Assembleia ao Governo passando pela Presidência.

Segundo Ferro Rodrigues, tratou-se de um "almoço entre duas pessoas que se respeitam, entre duas pessoas que se estimam", em que foram discutidas iniciativas que, até ao final do ano, haverá trabalho conjunto entre a Assembleia da República e a Presidência da República, entre as quais, comemorações e visitas de Estado, que não especificou.

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