O chefe do atual Executivo, que discursou depois de Paulo Portas na cerimónia de apresentação do programa, sublinhou como objetivos da coligação manter o rumo de crescimento da economia e melhorar os rendimentos dos portugueses.
"Temos de manter um rumo de crescimento da economia, de aposta no investimento, na competitividade, com que vem a criação sustentada de emprego. Vamos melhorar os rendimentos dos portugueses: menos sobretaxa, menos cortes nos funcionários públicos, condições fiscais mais atrativas.
Neste campo, apoiar as famílias mais numerosas ou com mais idosos a cargo é outra das prioridades. Apostar na inovação e no investimento para uma economia verde e assente no conhecimento foi outro dos pontos sublinhados.
Passos Coelho acrescentou ainda que, agora que já "arrumou a casa" e corrigiu os problemas mais evidentes, a coligação quer corrigir os problemas que já existiam antes da crise, nomeadamente a demografia e as desigualdades sociais. Em relação às desigualdades, a coligação aposta num "programa de desenvolvimento social" que pretende combater as injustiças, quer no plano económico, quer no político ou no social.
"Queremos corrigir problemas que não foram trazidos pela crise: os problemas da demografia, da desigualdade social. Já antes da crise Portugal era um país muito desigual. Agora que arrumámos a casa e corrigimos os problemas mais evidentes, temos de olhar para os problemas que são antigos, que estão enraizados e dar-lhes uma luta sem quartel nos próximos quatro anos. Portugal é um dos países com maiores injustiças e desigualdades sociais na Europa. Temos de inverter esta situação."
Levar mais longe a aposta na educação, no conhecimento, na saúde, e "defender o Estado social do socialismo" foram outros dos objetivos anunciados.
Tudo isto mantendo o "prestígio" e a "credibilidade" adquirida ao longo dos últimos anos junto das instituições e dos mercados internacionais. E neste domínio, Passos deixou um aviso: as agências de rating aguardam o resultado das eleições e este poderá ditar um prémio ao país que será colocado ao serviço das famílias e da sociedade portuguesa.
"Teremos de manter o prestígio e a credibilidade que adquirimos para poder aumentar o prémio de ser cumpridor, de conseguir ser consistente e determinado nas nossas escolhas. As agências de rating estão à espera do resultado das eleições para saber se o que se passou nestes anos foi assim porque não tínhamos alternativa ou se sabemos o que queremos fazer para o futuro. Se a resposta for inequívoca do lado dos portugueses conseguiremos um prémio que não é para o Governo, é para ser colocado ao serviço das famílias, da sociedade portuguesa. Se o resultado for escasso ou incerto, muito do tempo de que poderíamos beneficiar para executar esta política e este programa serão gastos a pensar na próxima eleição ou na próxima campanha."
O primeiro-ministro salientou que o programa "não abre buraco em lado nenhum" e é "realizável". Passos Coelho deixou inúmeras farpas ao Partido Socialista durante a sua intervenção, responsabilizando o partido liderado por António Costa pela crise, pelo resgate e pela troika e sugerindo que as propostas socialistas prometem "um passo à frente" que pode resultar "em dois atrás".
"O que aqui está não abre buraco em lado nenhum. É realizável. Aquilo que consta no nosso programa não é uma aventura."
Por isso deixa o alerta: a 4 de outubro estarão em confronto duas propostas muito diferentes. A da coligação, que aponta para o futuro, e a do PS que apresenta "mais do mesmo". "Nem o cuidado tiveram de mudar as caras", criticou.
O primeiro-ministro afirmou que PSD e CDS-PP estão a lutar por Abril e pela liberdade mais do que se fez em muitos anos e têm a chave do futuro."Estará em confronto um conjunto de propostas que não se podem confundir: a nossa aponta para um futuro que abre mais possibilidades no Estado Social, na liberdade dos portugueses, do outro lado, uma proposta que dá mais do mesmo do que já conhecemos do passado, nem o cuidado tiveram de mudar as caras."
"Estamos hoje a lutar mais por Abril e pela liberdade do que em tantos anos se fez com muitos outros governos, e isso devemos à vontade dos portugueses."