A trabalhadora que embalava o produto da marca garantia que este “pica a sério, é malagueta verdadeira”, mas Passos Coelho pensava noutra coisa: e não seria a notícia do BPN a pô-lo a arder.
Cuidado que isto pica!! (É piri-piri da Maçarico) #eleicoestvi24 pic.twitter.com/AkVWZdIUxU
— Judite França (@juditefranca) September 29, 2015
Afinal, garante, não houve qualquer “ocultação” de prejuízos do BPN, mas uma reavaliação da estimativa feita, ainda pela então secretária de Estado Maria Luís Albuquerque.
“Eu teria feito o mesmo, a previsão era demasiado pessimista”, disse aos jornalistas que o interrogavam sobre a notícia avançada esta manhã pela Antena 1.
Mas o candidato garante que “é natural e normal” que em campanha surjam “coisas eventualmente incómodas nomeadamente para o Governo” para perturbar a coligação. “De onde?”, perguntaram. “Não faço processos de intenções”, respondeu, insinuando ainda assim que as notícias “incómodas” costumam aparecer na reta final, já perto das eleições.
#eleicoestvi24 #paf quem quer fazer a legenda? @tvi24ultimas pic.twitter.com/rRtY1IQ3yt
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Já na visita à fabrica de azeitonas, um jornalista lhe tinha perguntado se “hoje era um dia picante”, já que a notícia passava na rádio pública desde cedo – e o primeiro-ministro sabia que dali a nada teria um batalhão de jornalistas com perguntas sobre o tema: “Hoje não, não é”.
E ainda antes de falar com os media, foi dar um salto à praia de Mira, onde passava a infância e recordou o episódio das birras por causa do avião.
“Tanto pedi um avião que o meu pai lá me deu um de plástico: eu queria um a sério, claro” e “ao fim de meia hora já tinha desmanchado aquela droga e ninguém o conseguia pôr a voar outra vez”.
Na praia de Mira #eleicoestvi24 onde Passos passava férias em criança pic.twitter.com/xKCoPv7cPB
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Um episódio que Passos conta com uma moral: “Com a idade fui aprendendo a habilidade de reconstruir”, diz, enquanto Paulo Portas faz sucesso entre as banhistas.
Apesar da água fria, ainda há veraneantes outonais na praia de Mira: está sol e calor e alguns levantam-se para vir cumprimentar os candidatos da coligação. E uma senhora tem um pedido: “Dê-me o seu chapéu!”. O vice-primeiro-ministro perante tal pedido, não hesita: "Dou sim, no final da campanha, dou-lhe o meu chapéu".
"Ó doutor Portas, dê-me o seu chapéu! - Dou sim, no final da campanha. Só tem de me dar o seu telemóvel" pic.twitter.com/RXsQKFEIZS
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Portas tem vários – e é conhecido por ir mudando de chapéu consoante o espaço a visitar, mas nesta campanha o chapéu parece dar sorte e o líder do CDS tem usado quase sempre o mesmo, apesar de andar prevenido com alternativas.
Pois agora, depois da campanha, este, de aba, vai ter novo dono. "Dê-me o seu telemóvel para mandar entregar o chapéu".
Campanha estilo empresarial ou agrícola
Passos e Portas tem apostado na campanha do estilo empresarial, fabril ou agrícola: vão batendo empresas de diferentes distritos, todas de sucesso, e hoje em Coimbra o registo é o mesmo, sem contacto com a população na rua; isso fica para amanhã, em Viseu.
De Cantanhede, chegam a Tábua, ao grupo Aquinos, com 1800 trabalhadores. Em Nelas, abriram agora outra fábrica com mais 300 trabalhadores.
A empresa, que faz sofás e colchões, tem 90 por cento da produção destinada ao Ikea. O mais provável, quando compra um sofá na loja sueca, é que ele tenha sido produzido em Tábua, por trabalhadores portugueses e por uma gestão nacional que começou com apenas seis trabalhadores.
#eleicoestvi24 em campanha no distrito de Coimbra, visita ao grupo Aquinos pic.twitter.com/5lYCznECp9
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Depois de uma volta por outras fábricas do grupo na mesma zona industrial – bem avisaram que havia muito para andar –, a comitiva segue rápida para uma empresa. Agora de pastéis. Há de bacalhau e massa tenra, rissóis de carne e camarão, e chamuças, feitas na fábrica, e servidas no refeitório para uma pequena pausa, até novo trajeto, agora para o jantar comício em Coimbra, em que o primeiro-ministro conta com a participação de Marques Mendes e Lobo Xavier.