O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reagiu à condenação de Derek Chauvin, afirmando que foi dado "um raro, mas gigantesco passo na luta pela justiça na América".
O júri do julgamento declarou esta terça-feira, por unanimidade, o ex-polícia Derek Chauvin como culpado de todas as acusações de homicídio do afro-americano George Floyd.
Foi um homicídio em plena luz do dia e arrancou as vendas para o mundo inteiro ver o racismo sistémico. A nódoa na alma da nossa sociedade", começou por referir o líder norte-americano.
Chauvin foi acusado de homicídio em segundo grau, punível com até 40 anos de prisão; homicídio em terceiro grau, com pena máxima de 25 anos, e homicídio em segundo grau, com pena de prisão de até 10 anos.
Tanto Joe Biden como Kamala Harris mostraram-se satisfeitos com o veredicto.
Hoje, sentimos um suspiro de alívio. Ainda assim, não consegue aliviar a dor. Uma medida na justiça não é igual à justiça", disse a vice-presidente dos EUA, acrescentando que "este veredicto é um passo em frente e a verdade é que ainda temos muito trabalho a fazer. Ainda temos de reformular o sistema".
"Ninguém deve estar acima da lei", destacou também Biden, considerando que o veredicto de hoje envia essa mensagem, mas não é suficiente: "Não podemos parar aqui. A fim de promover mudanças e reformas reais, podemos e devemos fazer mais para reduzir a probabilidade de tragédias como esta ocorrerem".
“I can’t breathe.”
— President Biden (@POTUS) April 20, 2021
Those were George Floyd’s last words.
We cannot let them die with him. We have to keep hearing them.
We must not turn away. We cannot turn away.
Como não tem antecedentes criminais, Chauvin só poderá ser condenado a um máximo de 12 anos e meio de prisão por cada uma das duas primeiras acusações e a quatro anos de prisão pela terceira.
Chauvin declarou-se inocente de todas as acusações.
Os 12 jurados - seis brancos, quatro afro-americanos e dois “multirraciais” - começaram a deliberar na segunda-feira após as alegações finais do Ministério Público e da Defesa, às 20:00 locais (02:00 de hoje em Lisboa), tendo anunciado, seis horas e meia depois, que tinham tomado uma decisão unânime.
O anúncio de resultado do julgamento provocou um aumento da tensão nas ruas, especialmente de Minneapolis, onde estão mais de 3.000 polícias em alerta.
A morte de George Floyd, aos 46 anos, aconteceu em 25 de maio de 2020, na sequência da sua detenção pela polícia de Minneapolis por suspeita de tentar pagar a conta do supermercado com uma nota falsa de 20 dólares (cerca de 16 euros).