O casal norte-americano que apontou armas a manifestantes na cidade de St. Louis, no estado do Missouri, Estados Unidos, afirma tê-lo feito depois de terem recebido ameaças de que “seriam mortos”.
O advogado Mark McCloskey e a mulher, Patricia, ganharam notoriedade depois de um vídeo amplamente partilhado nas redes sociais mostrar o casal a apontar uma pistola e uma AR-15 contra um grupo de manifestantes.
A couple pointed guns at protesters in St. Louis as a group marched toward the mayor's home to demand her resignation. https://t.co/5EqDd43QCd pic.twitter.com/KWNaif77ch
— ABC News (@ABC) June 29, 2020
Em declarações à KMOV-TV, o casal disse estar a jantar no jardim da sua casa quanto um grupo de manifestantes partiu os portões do condomínio privado e entraram na propriedade.
Eu pensei que fosse a tomada da Bastilha, que seríamos todos mortos e que a casa seria queimada", explicou, fazendo referência ao famoso evento da Revolução Francesa, quando um uma multidão invadiu uma prisão conhecida como a Bastilha.
O grupo de protestantes, segundo Mark McCloskey, destruiu os “históricos portões de Portland Place” e começou a andar em direção à residência onde ele e a família estavam a jantar.
Tememos pelas nossas vidas. Isto é tudo propriedade privada. Não existem passeios públicos, nem ruas públicas. Foi-nos dito que seríamos mortos, a nossa casa queimada e o nosso cão morto. Estávamos sozinhos a enfrentar uma multidão enraivecida”, lembrou.
A multidão a que o advogado se refere, invadiu a propriedade para protestar contra a autarca local, Lyda Krewson, pedindo-lhe que se demitisse, depois de a mulher ter divulgado os nomes e moradas de vários cidadãos que pediram a paralisação do financiamento da polícia.
Desde que o caso ganhou mediatismo, McCloskey teve de desligar o telemóvel, que não parava de tocar. A sua morada, número de telemóvel e local de trabalho foram tornados públicos pelos manifestantes.
Tive de desligar o telemóvel. Não conseguia dormir. Para mim, é interessante ver que tanta gente pediu a demissão da autarca por divulgar os nomes de pessoas e agora publicam a minha informação na internet, em todo o mundo. Existe alguma aí alguma hipocrisia? Talvez eu não esteja a apanhar algo”, frisou.
Se por si só, a situação já era polémica o suficiente, um tweet de Donald Trump veio inflamar ainda mais a discussão. Embora tenha optado por não escrever nada, fez um retweet em que partilha o momento em que o casal sai de casa armado.
Este é mais um episódio que surge na sequência da morte do afro-americano George Floyd às mãos da polícia. Desde então, protestos têm-se intensificado por todos os Estados Unidos, com os manifestantes a exigirem o fim da violência excessiva por parte das autoridades.