Global: Bolsonaro "terá de fazer muitos disparates para que não corra bem" - TVI

Global: Bolsonaro "terá de fazer muitos disparates para que não corra bem"

    Paulo Portas
  • 7 jan 2019, 01:01

Paulo Portas, no seu espaço de comentário "Global", no Jornal das 8 da TVI, falou sobre a inevitabilidade de eleições antecipadas em Espanha, da possibilidade de um Brexit sem acordo e dos erros sistemáticos que Bolsonaro terá de cometer para que 2019 não seja um ano económico positivo para o Brasil. A nível nacional, deixou um recado a António Costa

Paulo Portas, na sua rubrica semanal no Jornal das 8 da TVI - "Global" -, abordou vários temas que estão em cima da mesa e que vão, ou já estão, a marcar o mundo neste ano que ainda agora começou.

Começando por Espanha, o nosso "principal parceiro comercial", o comentador da TVI disse que o cenário de eleições antecipadas "é inevitável"

Mais tarde ou mais cedo vai haver eleições" disse.

Paulo Portas alertou para os riscos de umas eleições antecipadas em Espanha, nomeadamente, o de Pedro Sanchéz não as ganhar. 

Sanchéz, que queria eleições muito rápido, neste momento, não tem orçamento, a Catalunha também não tem orçamento. A economia já estava perto dos 3% e está-se a aproximar dos 2%. E corre o risco de se houver eleições não as ganhar".

Fez ainda uma breve referência à política de imigração do presidente espanhol, que levou a um aumento 124% de imigrantes no país, depois de Itália ter fechado os portos. O que fez com que Espanha se tornasse no país que mais imigrantes recebeu da União Europeia.

Brexit "sem acordo"?

Na próxima semana, mais concretamente no dia 14, começa a votação ao acordo que Theresa May fez com a União Europeia sobre o Brexit. Paulo Portas diz o "acordo suave" não vai resultar e que o cenário mais provável é o de um Brexit sem acordo.

Neste quadro, a menos que aconteça alguma coisa nova e substancial, o que eu acho mais previsível, para lá de novos adiamentos, é um Brexit sem acordo" e justifica "eu não vejo como é que sem votos dos trabalhistas, a senhora May consegue compensar os conservadores que acham que ela fez concessões a Bruxelas". 

Aconteça o que acontecer, dia 29 de março o Reino Unido vai sair da União Europeia. 

Macron "perdeu contacto com a realidade"

No último sábado, os "coletes amarelos" decidiram, mais uma vez, sair e lançar o caos nas ruas de França. Paulo Portas diz que Emmanuel Macron "deixou as coisas agravarem-se".

Eu tenho a sensação que o presidente Emmanuel Macron já não retoma a mão, digamos assim. Ele perdeu o contacto com a realidade, fez uma muito implausível gestão da comunicação e deixou as coisas agravarem-se sucessivamente".

Afirmou ainda que Macron se deixa levar por questões que não são de maior relevo e que só o prejudicam. 

É um presidente muito acidental. Cai facilmente em questões que não são essenciais mas que o prejudicam". 

A economia não está num bom caminho e, num possível cenário de eleições em França, Portas diz que "ganharia a frente nacional"

Bolsonaro "terá de fazer muitos disparates para que não corra bem"

O novo Governo do Brasil está em funções há cinco dias. Paulo Portas diz que os números económicos são muito bons e que Bolsonaro tem tudo para que o primeiro ano económico corra bem "desde que não haja demasiados erros".

O presidente Bolsonaro terá de fazer muitos disparates, ou erros, para que as coisas não corram bem, em termos económicos, ao Brasil este ano".

A justificar diz que "o Brasil fez um ajustamento a sério". Assim, em termos económicos, o Brasil "pode ter um primeiro ano bom"

VEJA TAMBÉM:

Costa tem de "moderar o otimismo"

De um modo geral, as economias do mundo não andam por bons caminhos, diz Paulo Portas.

Significa que vamos crescer menos, que o dinheiro nos vai custar mais caro, por causa da mudança da política do Banco Central Europeu, e de que haverá menor confiança em termos globais". 

Alerta que se aproximam "tempos menos bons" e diz que António Costa tem de "moderar o seu otimismo" em ano de eleições.

Para Portugal que vai ter eleições lá para outono, é muito relevante ser realista (...) eu diria que o primeiro-ministro tem de moderar um pouco o seu otimismo porque ele não vai ir a votos com um crescimento de 3% nem de 2,5%".

Avisa que estamos numa fase um pouco tremida da economia mundial e que isso exige "um grau acrescido de realismo para um otimista profissional"

VEJA TAMBÈM:

Continue a ler esta notícia