"Rússia pode parar banho de sangue em Ghouta" - TVI

"Rússia pode parar banho de sangue em Ghouta"

  • CM
  • 12 mar 2018, 18:47

Embaixador francês nas Nações Unidas apela à influência de Moscovo sobre o regime de Bashar al-Assad. António Guterres pede acesso humanitário imediato à região

O secretário-geral da ONU pediu, nesta segunda-feira, acesso humanitário imediato a Ghouta oriental, na Síria, numa comunicação ao Conselho de Segurança sobre a não-aplicação das tréguas aprovadas há 15 dias por este órgão das Nações Unidas.

António Guterres sublinhou ser “urgente permitir” a retirada de pessoas daquele enclave rebelde nos arredores de Damasco.

Sem mencionar a Rússia, Guterres apelou ainda a “todos os Estados” para agirem de modo a que as tréguas na Síria sejam cumpridas e que a ajuda internacional chegue aos civis.

Antes da reunião do conselho, a França pediu à Rússia para “parar o banho de sangue” na Síria, através do embaixador francês na ONU, François Delattre.

O diplomata disse aos jornalistas que a "Rússia pode parar o banho de sangue” em Ghouta oriental, “dada a sua influência sobre o regime” de Bashar al-Assad e da “sua participação nas operações”.

“É natural que hoje, nesta altura da crise, os olhos se voltem para ela (a Rússia)”, insistiu Delattre.

A região de Ghouta oriental é alvo desde 18 de fevereiro de uma ofensiva das forças sírias, apoiadas pelo aliado russo, que já matou mais de mil civis, entre os quais 229 menores, e feriu outros 4.378, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.

As forças do regime de Assad já conseguiram recuperar cerca de 60% do território do enclave, com cerca de 100 quilómetros quadrados e onde residem 400.000 pessoas.

Para os Estados Unidos, “é tempo de agir”, declarou a embaixadora norte-americana, Nikki Haley, ao conselho.

Haley anunciou que Washington apresentou uma nova resolução para um cessar-fogo imediato na Síria, um texto “simples, vinculativo” e que “não permite qualquer alternativa”.

A embaixadora dos Estados Unidos criticou a atitude de Moscovo e de Damasco, considerando que “nunca tiveram intenção de aplicar” as tréguas de 30 dias aprovadas a 24 de fevereiro pelo Conselho de Segurança.

Continue a ler esta notícia