Irmãos Farrow atacam editora que vai publicar memórias de Woody Allen - TVI

Irmãos Farrow atacam editora que vai publicar memórias de Woody Allen

  • BO
  • 5 mar 2020, 11:25
Woody Allen

Ronan Farrow, filho do realizador com a atriz Mia Farrow, fala em "falta de respeito pelas vítimas de abuso sexual"

O jornalista norte-americano Ronan Farrow, filho de Woody Allen com a atriz Mia Farrow, publicou o livro “Catch and Kill” numa das filiais da editoras Hachette, em outubro do ano passado. Agora, o escritor e jornalista ataca a editora, por esta ir também divulgar as memórias do pai.

A autobiografia de Allen com o título de “Apropos of Nothing” (A Propósito de Nada, em tradução literal) será publicada pela norte-americana Grand Central Publishing, do Grupo Hachette, no próximo dia 7 de abril.

O autor disse estar “decepcionado” e acusa a editora Hachette de não ter realizado “as verificações devidas ao conteúdo do livro”. Segundo a AFP, Ronan anunciou que deixará de publicar na Hachette.

A irmã de Ronan Farrow, Dylan, que diz ter sido abusada sexualmente por Woody Allen aos sete anos, em 1992, classificou a decisão da editora Hachette como "profundamente perturbadora".

A editora defende-se, através do CEO Michael Pietsch: 

Não permitimos que o programa de publicação de ninguém interfira no de outra pessoa."

Woody Allen sempre negou ter abusado sexualmente Dylan Farrow. O cineasta diz que a menina foi instigada a acusá-lo pela ex-mulher, Mia Farrow. Allen foi investigado pela denúncia de abuso na altura, mas nunca foi acusado oficialmente.

Dylan Farrow, agora com 34 anos, reiterou a alegação em 2014. Desde então, vários atores distanciaram-se publicamente do diretor.  

Ronan Farrow escreveu no Twitter que a Hachette “ocultou” os planos de adquirir as memórias de Allen enquanto ele trabalhava no livro “Catch and Kill” . E que teria encorajado a empresa "a realizar uma verificação completa dos fatos da vida de Woody Allen.

Segundo Farrow, a empresa não demonstrou compaixão pelas vítimas de abuso sexual e não teve ética ao não verificar a história da irmã.

Eu disse à Hachette que não posso trabalhar em sã consciência com uma editora que se comporta desta maneira".

 

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