Os procuradores federais norte-americanos consideram que Bernard Madoff não deve ser libertado mais cedo da prisão, apesar de ter insuficiência renal terminal. Atualmente com 81 anos, tinha sido condenado, em julho 2009, a uma pena de 150 anos por fraude financeira, lavagem de dinheiro, perjúrio e falsificação de documentos.
O empresário norte americano orquestrou o maior esquema em pirâmide da História, com o Tribunal a considerar que o fundo que Madoff geria foi responsável por uma burla de cerca de 46 mil milhões de euros. No mês passado, o investidor pediu para ser libertado da prisão devido ao seu estado de saúde débil, com os médicos a dizerem que não terá mais que 18 meses de vida.
No entanto, o Ministério Público de Nova Iorque disse, esta quarta-feira, que o crime “tem uma gravidade e dimensão sem precedentes” e rejeitou o pedido. Os Procuradores disseram reconhecer a condição médica de Madoff e estão conscientes da possibilidade de este vir a morrer na prisão, mas afirmam que o recluso nunca mostrou arrependimento pelos seus atos nem compaixão pelas vítimas, pelo que não merece uma libertação antecipada.
Os crimes de Madoff foram extraordinariamente maus. A sentença é apropriadamente longa. Não deve ser reduzida", afirmaram os Procuradores.
Centenas de vítimas escreveram ao Tribunal sobre o pedido de libertação antecipada de Madoff. Os Procuradores dizem que as cartas refletem a forma como os crimes abalaram a vida das vítimas, com uma delas a culpar o investidor pelo suicídio do marido.
Madoff enviou, em setembro, um pedido de libertação ao Departamento Prisional americano, que viria a ser negado. Em julho, requereu a Donald Trump uma redução da pena, que ainda espera resposta do presidente norte-americano.
Estima-se que o esquema em pirâmide de Madoff, que terá começado na década de 80, destruiu as finanças de milhares de pessoas e organizações de caridade em todo o mundo. Na semana passada, Irving H. Picard, um administrador nomeado para reaver o dinheiro das vítimas, disse que cerca de 70% do valor total da fraude já terá sido recuperado e que será distribuído pelos lesados.