Pandemia arrasta economia para queda 16,5% no segundo trimestre - TVI

Pandemia arrasta economia para queda 16,5% no segundo trimestre

Consumo privado e falta de turistas justifica grande parte da queda histórica do Produto Interno Bruto, que não era negativo dois trimestres seguidos desde o terceiro trimestre de 2013

A economia portuguesa registou uma queda histórica no segundo trimestre de 2020, "refletindo o impacto económico da pandemia" disse o Instituto Nacional de Estatística (INE) na estimativa rápida a 30 dias.

Produto Interno Bruto (PIB) registou uma forte contração, em termos reais no segundo trimestre de 2020, tendo diminuído 16,5% em termos homólogos, após a redução de 2,3% no trimestre anterior. Desde o terceiro trimestre de 2013 que a economia portuguesa não contraia mais de um trimestre seguido  - na altura 1,5% (2º T) e 0,6% (3ºT) face ao homólogo. 

Este resultado é explicado em larga medida pelo contributo negativo da procura interna para a variação homóloga do PIB, que foi consideravelmente mais negativo que o observado no trimestre anterior, refletindo a expressiva contração do consumo privado e do Investimento", justifica o Instituto.

Acrescentando que "o contributo negativo da procura externa líquida também se acentuou no segundo trimestre, traduzindo a diminuição mais significativa das Exportações de Bens e Serviços que a observada nas Importações de Bens e Serviços devido em grande medida à quase interrupção do turismo de não residentes."

Comparativamente com o primeiro trimestre de 2020, o PIB diminuiu 14,1% em termos reais. "Este resultado é também explicado, em larga medida, pelo contributo negativo da procura interna para a variação em cadeia do PIB, verificando-se também um maior contributo negativo da procura externa líquida."

No dia 29 de maio, o INE reviu a queda do PIB no primeiro trimestre para -2,3%, melhorando em 0,1 pontos percentuais a estimativa rápida que tinha divulgado no dia 15 do mesmo mês, de -2,4%.

A queda de 2,3% seguiu-se ao aumento de 2,2% no trimestre anterior, o último de 2019.

O INE inicia assim a divulgação de estimativas rápidas a 30 dias para as taxas de variação do PIB trimestral em volume. A habitual divulgação a 45 dias da estimativa respeitante ao 2.º trimestre (neste caso a segunda estimativa) irá ser mantida e será divulgada no dia 14 de agosto", refere também o instituto, que também assinala que os resultados detalhados serão conhecidos dia 31 do mesmo mês.

Assim, o INE reconhece que "a divulgação mais precoce de resultados comporta uma maior probabilidade de revisões mais significativas que as que ocorrem com estimativas a 45 dias, refletindo quer as incertezas associadas à pandemia quer o menor volume de informação primária disponível".

Projeções Macroeconómicas para a Economia Portuguesa em 2020

Instituições Conselho Finanças Públicas (jun20) OCDE (jun20) Ministério das Finanças (ju20) BdP (jun20) FMI (abr20) CE (jul20)
PIB -7,5% -9,4% -6,9% -9,5% -8% -9,8%

As medidas para combater a pandemia paralisaram setores inteiros da economia mundial e levaram o Fundo monetário Internacional (FMI) a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 4,9% em 2020, arrastada por uma contração de 8% nos Estados Unidos, de 10,2% na zona euro e de 5,8% no Japão. 

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