À segunda foi de vez. No ano passado, Hugo Rodrigues esteve de férias em Inglaterra, estabeleceu alguns contactos na perspectiva de ser mais um emigrante português, mas depressa desistiu da ideia. «Não me sentia preparado», explicou ao Maisfutebol. Até que esta época estavam reunidas todas as condições para assinar pelo Yeovil Town, da Division Three, por uma época. «Senti que era difícil adaptar-me. Mas agora aceitei o convite. Eram duas vezes seguidas. O meu destino estava traçado para jogar em Inglaterra».
Nem pensou duas vezes. Mas nos primeiros tempos este defesa central de 24 anos, que mede 2,03 metros, sentiu muitas dificuldades de adaptação, especialmente no que diz respeito aos usos e costumes de dois países bem diferentes: «No início foi um choque. Por exemplo, em Portugal estava habituado a comer um bife com arroz antes dos jogos. Aqui dão-nos umas tostas com feijão. Depois, também senti o frio». Isto apesar de Yeovil Town estar situada no sul de Inglaterra, a cerca de uma hora de Bristol.
Em Portugal, Hugo Rodrigues só tinha jogado nas divisões inferiores (Paços de Brandão, Perosinho e Pedras Rubras) depois de se ter sido formado pelo Feirense. O que o motivou a ser emigrante? «Assim, posso dar um salto em termos de carreira. Não quero regredir», responde. Mas o seu sonho passa por outros voos, obviamente mais audazes: «Tenho 24 anos e gostava de jogar na Superliga portuguesa. Mas esta divisão [Division Three] tem um nível alto e é difícil os clubes daí atingirem este patamar».
A ideia é simples. «Entrámos sempre em estágio antes dos jogos e o clube oferece-nos casa e carro. Por exemplo, o meu ordenado anda na média de ordenados da Superliga portuguesa», sublinha. Isto apesar de o Yeovil Town ser um clube do quarto escalão inglês. «Depois, aqui não falham. Recebemos sempre no mesmo dia». A sua equipa está no quinto lugar e está a três pontos do Hull City, o líder da prova.