Depois da vitória desta sexta-feira frente ao Belenenses, o Moreirense ficou mais aliviado na classificação para atingir o objectivo da permanência na Superliga. A equipa começou no campeonato de forma tímida, mas depois «engrenou» e arrancou para bons resultados que estimulam jogadores e adeptos, esperançados na manutenção da equipa no primeiro escalão. Em Moreira de Cónegos, a obra da equipa local é mais valorizada do que no exterior. Afonso Martins, médio-ofensivo da equipa, explicou ao Maisfutebol porquê.
«Se as pessoas soubessem o sacrifício que fazemos para treinar e estar em condições de jogar davam mais valor àquilo que estamos a conseguir», afirmou Afonso Martins, especificando o «protesto»: «O facto de não termos grandes condições para treinar envolve um esforço grande dos jogadores que estão todos muito unidos porque querem que o Moreirense fique na I Liga. Não é fácil, por vezes, ter de ir treinar para campos pelados.»
Para o esquerdino, os clubes grandes deviam pôr os olhos naquilo que se passa e se vive em Moreira de Cónegos para dar valor às condições que possuem para trabalhar. «Os grandes clubes deviam treinar aqui um dia para verem como é», lançou, salientando que os jogadores ganham mais força com as contrariedades logísticas: «Fazemos das fraquezas forças e lutamos com tudo.»
Mesmo assim, Afonso Martins diz que gosta daquilo que sente quando joga no pequeno estádio do Moreirense: «Sente-se muito o público. Em Alvalade, quando lá joguei no Sporting, era diferente porque havia mais adeptos, mas pareciam distantes. Aqui é mais sentido. As pessoas vivem muito o clube, sabem das dificuldades, e por isso apoiam-nos muito nos bons e nos maus momentos. É mais parecido com o público inglês.»