Angel Sanchez, o árbitro do Portugal-Coreia do Sul, explicou aos jornalistas portugueses presentes em Seul o momento da expulsão de João Pinto, aos 26 minutos e a confusão que se seguiu. O juíz argentino apontou uma agressão do jogador no relatório, o que pode significar uma suspensão para o jogador português. Em quinze minutos de conversa no hotel onde ficam hospedados os árbitros, Sanchez confessou a sua surpresa e disse que «em vinte anos nunca tinha visto nada assim». No relatório constam apenas as expulsões de João Pinto e Beto.
«O jogo decorria com normalidade até à entrada muito violenta de João Pinto. Não estava à espera que isto acontecesse, até pelo tipo de jogo que era, em que bastava o empate às duas equipas», contou. E continuou: «Sofri uma agressão, um murro no abdómen, e pedi de imediato que isso fosse confirmado pelo médico da FIFA.» Sanchez diz que ficou então «muito exaltado, porque não esperava isto de um jogador de nível mundial».
«Foi o capitão (Fernando Couto) que carinhosamente me acalmou, agarrando-me a cara. Em vinte anos nunca vi nada assim e não esperava que me acontecesse num jogo internacional», disse. Angel Sanchez já tinha explicado estes momentos do jogo aos jornalistas argentinos, que deram algum destaque à actuação do árbitro.
O juíz está de consciência tranquila, acha que vai ter uma boa nota e espera continuar no Mundial. «Vi o jogo assim que cheguei ao hotel e fui muito saudado pelos meus colegas pela excelente arbitragem que fiz», acrescentou.
No entanto, nem tudo foi mau. No final da partida, Gilberto Madaíl, Figo, Couto, Eusébio e o próprio João Pinto, foram pedir desculpa ao árbitro. «Agradeço a deslocação do Eusébio ao balneário para pedir perdão e eu já perdoei. Foi uma atitude irracional», sublinhou. «Há que louvar a atitude dos jogadores no final, que mesmo com a derrota, me vieram cumprimentar», concluiu.