«Esta vitória é muito boa para nós. São três pontos que normalmente não são contabilizados. Nesta fase, uma equipa que ainda está a ser montada, ainda sabe melhor. Os meus jogadores fizeram tudo para serem felizes, mas podiam não ter sido porque o Porto tem muito mais potencial do que nós.
Entrámos bem defensivamente, embora o Porto teve duas boas oportunidades e nós também tivemos duas boas chances, mas não saímos com qualidade e limitamo-nos a uns contra-ataques esporádicos. No segundo tempo melhorámos, pressionámos mais na frente os médios centro do FC Porto e dificultámos a organização ofensiva deles. Por outro lado, aproveitámos o cansaço dos jogadores do Porto, provavelmente por causa do jogo da Liga dos Campeões, que se notava em alguns jogadores, e conseguimos, com mais objetividade, marcar dois golos. Conseguimos colocar justiça no resultado. Os resultados são sempre justos, poderão ser ou não merecidos, mas este até acho que foi bom.
O Gil Vicente tem de ter os pés bem assentes no chão porque o inverso pode acontecer e não sabemos se temos armas para uma equipa que venha aqui com uma boa organização defensiva. Nós hoje aproveitámos algum cansaço, a exposição ofensiva do FC Porto e os espaços foram razoavelmente aproveitados. Este jogo valeu pelo esforço dos jogadores e pelos três pontos, mas temos um longo caminho pela frente. Sabemos que o Gil Vicente pode fazer uma boa equipa, mas ainda precisa de trabalhar muito.
A motivação é extremamente importante, mas sentimos que estamos a criar um bom grupo. À exceção do Edwin, nenhum jogador tinha jogado no Estádio Cidade de Barcelos. Sentimos que eles estão a perceber as ideias e que querem segurar o Gil Vicente na I Liga. Temos trabalhado muito e é justo reconhecer que os jogadores têm tido um empenho muito grande. Ainda assim, nota-se que alguns jogadores ainda estão desfasados do futebol português.
Sabíamos que o FC Porto sem o Danilo ficava mais vulnerável para o contra-ataque porque é o tampão daquela equipa em termos defensivos. É fortíssimo nas bolas paradas ofensivas. Sabíamos que, com a entrada de Bruno Costa, o FC Porto não ia ser tão sólido defensivamente, apesar de na primeira parte o ter conseguido.
É justo realçar o trabalho do Dito e do Tiago Lenho, anterior à minha vinda, porque foi extremamente importante e conseguimos alguns jogadores interessantes. Alguns jogadores já foram meus e que eu reconheço qualidade para jogar na I Liga. As peças ainda não estão juntas, ainda estão desarticuladas. Temos gente para manter o Gil Vicente na I Liga.»