Economia grega vai contrair 4,4%

A economia grega vai continuar a desacelerar este ano com o PIB a cair 4,4 por cento, depois da queda acumulada de 6,8 por cento em 2011, segundo o boletim de previsões da Comissão Europeia divulgado esta quinta-feira.

Na análise da situação económica grega a Comissão refere que esta previsão de contração é «significativamente mais baixa» do que a do boletim de outono e evidencia tendências em baixa, afetada pela reduzida confiança empresarial e de consumidores.

«Além do enfraquecimento da procura externa, a procura interna deverá continuar a contrair dada a esperada aceleração dos ajustes ao mercado laboral com cortes nos salários no setor privado», refere o boletim.

O boletim prevê uma «ligeira deflação de 0,5%» em 2012, depois de inflação de 4,7% em 2010 e de 3,1% em 2011.

Na sua análise a Comissão refere que a atividade económica em 2011 foi «muito mais débil» que o antecipado anteriormente, com uma queda do PIB de 6,8 por cento, devido a perda salarial, maior controlo ao crédito ao setor privado e o ajuste ao mercado laboral.

As exportações gregas cresceram 3,9 por cento em termos reais (ainda que partindo de uma base reduzida) mas a um valor menor do que o crescimento registado em 2010, que foi de 4,2 por cento.

No que toca ao mercado laboral a Bruxelas refere que a Grécia vive um «doloroso processo de ajuste», com o emprego a contrair 4,8 por cento em 2011, para um nível de desemprego de cerca de 17 por cento.

«O aumento no desemprego deverá continuar em 2012», sublinha a previsão que recorda que os salários mínimos do setor privado e outros salários regulados pelo acordo coletivo geral nacional cairão cerca de 22 por cento com os custos laborais a descer 15 por cento.

«Ainda que a decisão do Governo de reduzir os salários mínimos pretenda melhorar a competitividade e absorver jovens e trabalhadores não qualificados, poderá afetar a procura interna o que, a curto prazo, pode ter efeitos negativos no emprego».