Fábrica de telemóveis com cortiça elogiada pelo ministro da Economia - TVI

Fábrica de telemóveis com cortiça elogiada pelo ministro da Economia

  • 6 fev 2018, 14:36
Manuel Caldeira Cabral na Iki Mobile (Coruche)

Manuel Caldeira Cabral considera que unidade em Coruche mostra "confiança” das empresas em investir e criar emprego no país. Até acha que haverá menos stress com "um telemóvel português"

O ministro da Economia realçou esta terça-feira, em Coruche, a “confiança” revelada pelas empresas que estão a investir e a criar emprego no país, contribuindo para a diminuição do desemprego e o crescimento das exportações.

Manuel Caldeira Cabral inaugurou a fábrica da Iki Mobile, que vai começar a produzir em Coruche telemóveis com componentes de cortiça até aqui fabricados na China, saudando as empresas que estão a escolher Portugal para produzir e destacando a aposta na inovação apresentada por esta unidade.

O que está a acontecer hoje aqui em Coruche está a acontecer em todo o país. As empresas estão com mais confiança, estão a investir, a crescer, a criar empregos. O que conseguimos em dezembro do ano passado, e sabemos agora, uma taxa de desemprego abaixo dos 8%, que já esteve nos 17%, e continua a descer, é prova do trabalho de todas estas empresas que ganharam confiança e estão hoje a investir e das que em 2017 fizeram as exportações portuguesas atingir um recorde e crescer 11,5%”, declarou.

"Menos stress"

Sobre a Iki Mobile, Manuel Caldeira Cabral considerou “muito interessante” a incorporação da cortiça nos telemóveis, realçando as suas propriedades térmicas, mas também “anti stressantes”, bem como a possibilidade de personalização dos aparelhos, fatores de diferenciação que realçou.

Todos sabemos o que é o stress ao telemóvel e por isso mesmo um telemóvel que causa menos stress só podia ser um telemóvel português e aqui de Coruche”, afirmou.

Pegando no telemóvel em que imprimiu o seu nome durante a visita à fábrica, Caldeira Cabral pediu ao presidente executivo da Iki Mobile, Tito Cardoso, que o coloque no ‘stand’ de entrada da unidade como “prova” da sua visita e do “apreço” pela empresa.

Para o ministro, o facto de a Iki Mobile passar a produzir em Portugal é um “bom sinal que está a acontecer com muitas empresas que estão outra vez a voltar a ter produção na Europa e que estão a escolher Portugal para ter essa produção”.

Caldeira Cabral referiu o facto de a empresa, “que sempre foi portuguesa”, ter começado pela comercialização e pelo ‘design’, iniciando a produção depois de confirmado o sucesso comercial pelas “opções que tomou”.

A escolha de Coruche, concelho “muito ligado à cortiça”, para produzir “para o mundo” com um material “tão português”, deve, para o ministro, ser motivo de “orgulho”.

Produção antecipada

O presidente executivo (CEO) da Iki Mobile realçou o facto de a marca, lançada em novembro de 2015, ter conseguido antecipar a produção em Portugal de 2019, como inicialmente previsto, para o início de 2018, permitindo que os primeiros telemóveis produzidos possam ser apresentados, no final do mês, no Mobile World Congresso, em Barcelona (Espanha), como a “primeira marca europeia com equipamentos ‘made in’ Portugal”.

Lançaremos o primeiro ‘smartphone’ produzido em Portugal, que, como não podia deixar de ser, conta com a cortiça como seu elemento inovador”, disse.

Tito Cardoso afirmou que a unidade de Coruche abre com 36 postos de trabalho e uma produção a rondar os 35.000 dispositivos por mês, para uma capacidade instalada de 100.000, prevendo que, no próximo trimestre, o número de trabalhadores possa chegar à centena.

Os primeiros equipamentos destinam-se, sobretudo, a clientes nacionais e europeus, disse.

O CEO da Iki Mobile afirmou que a empresa tem várias encomendas internacionais para produtos com a marca do cliente, sendo que mais de 95% da sua produção se destinará à exportação, respondendo a uma procura de alternativas ao mercado asiático para produção desses equipamentos.

Tito Cardoso afirmou que tudo fará para “priorizar a matéria-prima portuguesa”, em particular a cortiça, cuja utilização quer alargar na substituição de componentes de plástico, dando o exemplo de uma máquina já preparada para essa alteração, parte de um projeto de investigação e desenvolvimento com universidades portuguesas, que abarcará igualmente a vertente da proteção ambiental.

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