Importação de televisores e aparelhagens faz disparar défice - TVI

Importação de televisores e aparelhagens faz disparar défice

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Os hábitos de consumo dos portugueses totalmente dependentes da oferta vinda do exterior - casos dos computadores, dos televisores, dos vídeos, dos telemóveis, para já não falar dos automóveis e da generalidade dos electrodomésticos - deverão a manter as importações debaixo de grande pressão.

O ritmo de crescimento económico em Portugal manteve-se fraco até ao final de Novembro de 2004, assistindo-se a um ligeiro recuo das expectativas quer dos consumidores quer das empresas inquiridas pelo Instituto Nacional de Esattística (INE). Por outro lado, também as expectativas no Resto do Mundo têm vindo a retroceder, como se conclui quer dos resultados do inquérito realizado pelo instituto de estatística alemão IFO quer da evolução dos indicadores avançados da OCDE quer do Leading Índex dos Estados Unidos calculado por The Conference Board, noticia o Público.

É evidente que o actual dinamismo da procura interna portuguesa, particularmente das suas componentes importadas, é insustentável, uma vez que no horizonte não se vislumbram oportunidades de aceleração das exportações nacionais capazes de compensarem esse esforço importador e de conduzirem ao equilíbrio das contas com o exterior (ver texto nesta página). Ao longo dos próximos dois anos, as exportações portuguesas deverão até sentir alguma dificuldade em acompanhar o ritmo de crescimento da procura externa. Esta dificuldade fica acrescida com a liberalização internacional do comércio têxtil. Tendo por base as previsões mais recentes da OCDE, relativas a Novembro de 2004, da agregação das projecções para os principais países clientes de Portugal, conclui-se que o crescimento real das suas importações de bens e serviços deverá acelerar um pouco ao longo de 2005 e de 2006, mas que esta tendência não será seguida pelas exportações de bens e serviços nacionais, cujo crescimento deverá abrandar ligeiramente entre 2004 e 2006.

As exportações de bens nacionais, particularmente as que concorrem com as vendas de países cujas divisas tendem a acompanhar a depreciação do dólar, viram aumentar as suas dificuldades de competição no exterior. Por outro lado, não se verificou nenhuma alteração sensível da oferta nacional, em termos de qualidade ou diversidade. Deste modo, a possibilidade de redução do défice com o exterior fica muito dependente do arrefecimento da procura interna de bens importados. É de ter em conta que, apesar da redução sensível verificada recentemente, o nível do preço do petróleo permanece muito elevado e que esta situação tem um efeito muito negativo no equilíbrio das contas portuguesas com o exterior.
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