O futebol e as questões sociopolíticas estão a dar que falar, mais uma vez, nos Estados Unidos da América. Esta madrugada, os San Diego Loyal abandonaram o encontro diante dos Phoenix Rising, depois de insultos homofóbicos dirigidos a Collin Martin, que assumiu a sua homossexualidade, em 2018.
Martin tinha sido expulso pouco antes do intervalo e foi insultado nesse momento por Junior Flemmings. As equipas recolheram aos balneários e voltaram para o segundo tempo. Quando o árbitro da partida apitou, os jogadores de San Diego ajoelharam-se e, de seguida, abandonaram o relvado, em protesto.
A equipa vencia por 3-1 e, desta forma, hipotecou a chance de chegar ao play off.
Já na semana passada, Elijah Martin, dos San Diego, tinha sido alvo de insultos racistas, dirigidos por Omar Ontiveros, jogador dos LA Galaxy II, entretanto suspenso pela liga e dispensado do clube.
«Passamos por um incidente muito difícil na semana passada e fizemos uma promessa a nós mesmos, à nossa comunidade, aos nossos jogadores, ao clube, à USL [Liga de Futebol], que não toleraríamos preconceito, calúnias homofóbicas, coisas que não pertencem ao nosso jogo», disse Landon Donovan, vice-presidente do clube, em declarações reproduzidas pela BBC.
A glória do futebol americano garantiu que foi uma decisão tomada pela equipa, cientes de que podem perder o jogo na secretaria. «Eles disseram que não importa. Existem coisas mais importantes na vida e temos que defender aquilo em que acreditamos. Tenho um enorme orgulho deste grupo e desta organização», assumiu.
A USL também já emitiu um comunicado a repudiar os acontecimentos e esclareceu que «linguagem suja e abusiva de qualquer tipo não tem absolutamente nenhum lugar em nossa sociedade e não será tolerada» e garantiu que a «investigação está em andamento».