«Chegava muitas vezes bêbedo aos treinos, o cancro salvou-me» - TVI

«Chegava muitas vezes bêbedo aos treinos, o cancro salvou-me»

Roma-Lázio

O testemunho marcante de Francesco Acerbi, jogador da Lazio

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É indesmentível que o jogo da vida é muito mais importante do que uma partida de futebol.

Para o defesa italiano Francesco Acerbi, da Lazio, foi algo que se passou fora do relvado a endireitar uma carreira que estava condenada ao fracasso, pela falta de compromisso.

É o próprio jogador que o assume, de forma franca, aos 32 anos, numa entrevista à publicação L’Ultimo Uomo.

«Eu jogava pelo meu pai. Ele preocupava-se muito, talvez demasiado. E certamente mais do que eu. Por vezes, talvez estivesse tão focado para que eu estivesse bem, que me magoava. E fez-me perder a paixão [pelo futebol]. Por isso, quando ele morreu, eu deixei de ter por quem jogar. Por mim, certamente que não seria», revela, confessando a falta de profissionalismo que se exigiria a um jovem que aos 25 anos deu nas vistas no Chievo, ao ponto de levar o Milan a apostar nele.

«Não tinha uma mentalidade profissional. E não me respeitava a mim, ao meu trabalho nem àqueles que me pagavam. Muitas vezes, chegava bêbedo aos treinos, ou de ressaca pela noite de copos do dia anterior. Fisicamente respondia bem porque sempre fui forte e bastavam.me umas horas de sono, mas o problema é que cometia muitos exageros», assume.

Leia a história de Acerbi: Para quem bateu o cancro duas vezes, o céu é o limite

Confrontado com maior rigor que encontrou no Milan no que se refere ao controlo da sua vida fora de campo, Acerbi diz que se revoltou. «Não me deixarem viver de forma livre como fazia no Chievo ou no Reggina, eles não me deixaram viver a minha vida de forma livre enão me deixavam jogar. E perante as dificuldades, eu desisti», continua o internacional italiano.

A primeira chapada de realidade surgiu em 2013, quando Acerbi representava o Sassuolo, sob a forma de um tumor nos testículos.

Mas só após uma recaída que se seguiu à primeira batalha vencida sobre a doença é que o jogador mudou verdadeiramente de estilo de vida.

Cinco meses após ter sido operado de urgência, e já depois de ter voltado aos relvados, Acerbi voltou a ser diagnosticado com cancro que o obrigou a sessões de quimioterapia, afastando-o dos relvados durante um período maior.

«Durante a doença, convenci-me do poder da minha mente. E se não ia jogar mais pelo meu pai, iria fazê-lo por mim», aponta, resumindo: «O cancro foi a minha sorte, salvou-me a vida. Sem a doença, teria acabado na Serie B, ou talvez até tivesse deixado o futebol. Sem ela, teria acabado muito mal e ninguém me teria salvado», acredita.

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