Taxa de desemprego continua a subir - TVI

Taxa de desemprego continua a subir

Desemprego

No final de 2009, degradação será mais acentuada

A taxa de desemprego deverá ter sofrido um agravamento no 4º trimestre de 2008, com os analistas contactados pela agência Lusa a anteciparem uma degradação mais acentuada até ao final de 2009.

Os números do desemprego para o 4º trimestre são conhecidos na terça-feira, com o Instituto Nacional de Estatística (INE) a divulgar as estatísticas do emprego para Portugal.

Mercado de trabalho reage com desfasamento em relação à actividade económica

A analista do banco BPI, Paula Gonçalves, disse esperar um agravamento da taxa para os 8,1 por cento, um valor que diz, no entanto, ser «ainda moderado», quer relativamente ao trimestre anterior, quer face ao homólogo de 2007, e que é explicado pelo facto de o mercado de trabalho reagir habitualmente com desfasamento relativamente ao andamento da actividade económica.

«No entanto, esta premissa, ou seja, o habitual desfasamento, poderá também estar em Portugal a estreitar, tal como vemos acontecer no resto da Europa e nos EUA, graças à tendência de desregulamentação do mercado», explicou a analista.

O economista-chefe do Millennium BCP, Gonçalo Pascoal, antecipou, por sua vez, que a taxa de desemprego no 4º trimestre de 2008 se tenha fixado nos 7,9 por cento.

Para o primeiro trimestre deste ano, ambos os economistas estimam um agravamento da tendência de crescimento do número de desempregados em relação à população activa.

Taxa de desemprego pode subir para os 8,5 por cento

O BPI antevê que a taxa de desemprego aumente para os 8,5 por cento até Março (ao nível da estimativa do Governo para o conjunto do ano) e se aproxime dos 9 por cento até ao final do ano. «Haverá também contracção do emprego, invertendo as tendências dos últimos anos».

O sector da construção, alguma indústria e alguns serviços deverão ter sido as actividades mais afectadas nos três últimos meses do ano, bem como as áreas onde existe uma maior desregulamentação, com mais trabalho precário, segundo os economistas.

Questionados sobre se perante o actual cenário, o Governo será pressionado para adoptar mais medidas de apoio ao desemprego, ambos consideram que sim, mas Paula Gonçalves alerta para o facto de quaisquer medidas a tomar neste contexto terem que ser «bastante cautelosas».

«Portugal é um dos países que está na mira de observação dos investidores internacionais dadas as necessidades de financiamento elevadas: o prémio pago pela República portuguesa está em níveis máximos desde 1996».

No 4º trimestre de 2007 (período homólogo), a taxa de desemprego situou-se nos 7,8 por cento e no 3º deste ano fixou-se nos 7,7 por cento.

Mais de três mil despedidas

Dados fornecidos pela Direcção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho mostram que em 2008 foram dispensados, no Continente, ao abrigo de processos de despedimento colectivo, 3.318 pessoas, contra as 2.289 do conjunto de 2007. Foram iniciados processos de despedimento colectivo em 211 empresas (contra 155 no total de 2007).

Também os dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional dos últimos meses de 2008 têm revelado uma aceleração no número de pessoas à procura de emprego.
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