Rooney: «Jogadores foram encostados a um canto e obrigados a pagar a factura» - TVI

Rooney: «Jogadores foram encostados a um canto e obrigados a pagar a factura»

Wayne Rooney

Experiente avançado saiu em defesa da classe depois da proposta de um corte de trinta por cento dos salários

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Wayne Rooney defende que os jogadores foram encostados à parede e praticamente obrigados a cortar nos salários face à pandemia da covid-19. O experiente avançado, de 36 anos, saiu em defesa da classe e diz que os jogadores, apesar de estarem a contribuir de boa vontade, não podem ser os «bodes expiatórios» da crise na Premier League.

Os jogadores foram instigados a contribuir para a crise pelo ministro da saúde, Matt Hancock e a Premier League avançou com uma proposta de um corte de trinta por cento dos salários dos jogadores.

«A forma como a Premier League apresentou a proposta deixou os jogadores de mãos atadas: se os jogadores viessem a público dizer que não concordavam ou que que não queriam prescindir de 30 por cento dos salários, mesmo que para alguns significasse uma ruína financeira, seria sempre apresentado como “Os jogadores ricos recusam cortes”», defendeu Rooney numa coluna de opinião no Sunday Times.

O avançado, atualmente no Derby County, estranhou ainda a forma como a medida foi anunciada aos quatro ventos. «Parece-me estranho porque todas as outras decisões neste processo foram mantidas à porta fechada, mas esta foi anunciada publicamente. Porquê? Parece que quiseram envergonhar os jogadores para os encostar a um canto em que ficam obrigados a pagar a factura do prejuízo», acrescentou.

O sindicato de jogadores ingleses também já veio a público manifestar-se com esta medida, alertando que, em última instância, quem fica a perder é o sistema nacional de saúde inglês. «Um corte de mais de 500 milhões de libras nos salários dos jogadores representam um corte superior a 200 milhões em impostos para o governo britânico», alerta o representante dos jogadores.

Wayne Rooney diz ainda que a contribuição de 20 milhões de libras da Premier League para a NHS (Sistema Nacional de Saúde) é apenas uma gota no oceano em relação ao contributo dos jogadores.

«A forma como as coisas têm corrido na última semana são uma desgraça. Percebo que os jogadores mais bem pagos devam contribuir, mas devia-se analisar caso a caso. Os clubes deviam sentar-se com cada um dos jogadores e explicar quais os cortes necessários para sobreviver. Os jogadores iriam aceitar isso. Um jogador pode dizer que aceita os 30 por cento, mas pode haver outro que só possa suportar um corte de 5 por cento», referiu ainda o melhor marcador inglês de todos os tempos.

Além disso, o avançado considera que os jogadores estão a ser perseguidos em relação a outros desportistas que também são bem pagos, como «as grandes estrelas do desporto que escapam aos impostos por viverem em sítios como o Mónaco».

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