Covid-19: Texas diz que abortos "não são essenciais" durante pandemia - TVI

Covid-19: Texas diz que abortos "não são essenciais" durante pandemia

  • RL
  • 25 mar 2020, 10:03
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Estado do Texas, nos EUA, considera quase todos os abortos como procedimentos médicos desncessários e que devem ser adiados. Quem violar esta ordem pode estar sujeito a multas ou até mesmo pena de prisão.

Enquanto os Estados Unidos aumentam as restrições para conter a pandemia de coronavírus, o estado do Texas considera quase todos os abortos como procedimentos não essenciais que devem ser adiados.

Esta medida contra os procedimentos não essenciais tem como objetivo direcionar os recursos médicos estritamente para o tratamento do Covid-19.

O procurador-geral do estado do Texas, Ken Paxton, emitiu na segunda-feira um esclarecimento da medida anterior do governador Greg Abbot, sobre procedimentos médicos não essenciais.

Ninguém está isento da ordem executiva do governador em cirurgias e procedimentos médicos desnecessários, incluindo fornecedores de abortos", disse o procurador-geral, citado pelo Texas Tribune.

Foi ainda decretado que quem violar a medida - que se estende até 21 de abril - pode ser multado em 1.000 dólares, cerca de 922 euros, ou preso por um período máximo de 180 dias.

No Texas, os abortos são proibidos depois das 20 semanas após a fertilização e as mulheres devem receber aconselhamento sobre opções de "não-aborto" antes de fazer o procedimento.

Também o estado do Ohio é igualmente restritivo e, no ano passado, aprovou uma lei que proíbe o aborto após as seis semanas, embora a proibição tenha sido chumbada nos tribunais.

Esta medida tem sido alvo de críticas de organizações de direitos humanos, que defendem que o aborto devia ser considerado como um serviço essencial.

De acordo com a BBC, o Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas emitiu uma declaração, na semana passada, a pedir que os abortos sejam protegidos durante a crise.

É também um serviço sensível ao tempo, pelo qual um atraso de várias semanas, ou em alguns casos dias, pode aumentar os riscos ou potencialmente torná-lo completamente inacessível", afirmou o comunicado.

"As consequências de ser incapaz de fazer um aborto afetam profundamente a vida, a saúde e o bem-estar de uma pessoa". Os grupos de profissionais também observaram que a maioria dos abortos não são feitos em ambiente hospitalar.

Esta terça-feira, a Organização Mundial de Saúde alertou que os Estados Unidos correm o risco de se tornarem o epicentro da pandemia de Covid-19, devido ao rápido aumento do número de infetados naquele país, particularmente na cidade de Nova Iorque.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 400 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 18.000.

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