Bolsonaro empossado presidente do Brasil - TVI

Bolsonaro empossado presidente do Brasil

  • AM/SS - atualizada às 19:47
  • 1 jan 2019, 17:02

O novo presidente do Brasil reafirmou, no seu discurso de tomada de posse, a promessa eleitoral de liberalizar o uso e porte de arma. Depois, Bolsonaro recebeu a faixa presidencial de Michel Temer, o chefe de Estado cessante. E voltou a discursar, sublinhando que "este é o dia em que o povo brasileiro se começou a libertar do socialismo"

O antigo deputado Jair Messias Bolsonaro foi esta terça-feira empossado como o 38.º presidente do Brasil, numa cerimónia que decorreu em Brasília.

Prometo manter, defender e cumprir a constituição, observar as leis e promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil", disse Bolsonaro.

As palavras foram depois repetidas pelo vice-presidente, o general Hamilton Mourão.

O novo presidente do Brasil reafirmou, no seu discurso de tomada de posse no Congresso, a promessa eleitoral de liberalizar o uso e porte de arma.

O cidadão de bem merece dispor de meios para se defender, respeitando-se o referendo de 2005, quando [o povo brasileiro] optou nas urnas pelo direito à legítima defesa", afirmou.

"Reafirmo o meu compromisso de construir uma sociedade sem discriminação ou divisão”, disse, recordando que a bandeira brasileira tem as palavras “Ordem e Progresso” inscritas

Nenhuma sociedade desenvolve-se sem respeitar esses preceitos”, salientou.

O novo presidente brasileiro também prometeu realizar "reformas estruturais", considerando-as essenciais para relançar o crescimento económico e abrir o mercado interno brasileiro ao comércio internacional "sem o viés ideológico".

Precisamos de criar um ciclo virtuoso para a economia, que traga a confiança necessária para permitir abrir o nosso mercado ao comércio internacional, estimulando a competição, a produtividade e a eficácia sem o viés ideológico", frisou.

No discurso feito esta tarde, Bolsonaro prometeu trazer "a marca da confiança, do interess nacional, do livre mercado e da eficiência" à economia brasileira, acrescentando que haverá "confiança no cumprimento da regra de que o Governo não gastará mais do que arrecada e na garantia de que as regras, os contratos e as propriedades serão respeitadas".

A nível interno, Bolsonaro comprometeu-se a "unir o povo, valorizar a família, respeitar as religiões e a nossa tradição judaico-cristã, combater a ideologia do género, conservando os nossos valores" e salientou: "O Brasil voltará a ser um país livre das amarras ideológicas".

O presidente quis "reafirmar o compromisso de construir uma sociedade sem discriminação ou divisão" e vincou que doravante vai "pautar-se pela vontade soberana daqueles que querem boas escolas, capazes de preparar os seus filhos para o mercado de trabalho e não para a militância política, que sonham com a liberdade de ir e vir sem serem vitimados pelo crime, que querem conquistar pelo mérito bons empregos e que tentam sustentar as suas famílias com dignidade".

No discurso de pouco mais de 10 minutos, Jair Bolsonaro começou por "agradecer a Deus estar vivo" e defendeu querer "restaurar a pátria, libertando-a definitivamente do jugo da corrupção, criminalidade, irresponsabilidade económica e submissão ideológica".

 

"O dia em que o povo se começou a libertar do socialismo"

Depois, Bolsonaro recebeu a faixa presidencial de Michel Temer, chefe de Estado cessante, que sucedeu a Dilma Rousseff há dois anos. Temer era vice-presidente de Dilma Rousseff, que foi sujeita a um processo de afastamento judicial a 31 de agosto de 2016. E enquanto Bolsonaro foi saudado pelos apoiantes, Michel Temer, que hoje termina funções, foi vaiado.

Bolsonaro voltou a discursar, afirmando que este "é o dia em que o povo se começou a libertar do socialismo".

Coloco-me diante de toda a nação neste dia como o dia em que o povo se começou a libertar do socialismo, a libertar-se da inversão de valores, do gigantismo estatal e do politicamente correto", disse, ladeado pela sua mulher e por uma intérprete de linguagem gestual.

"As eleições deram voz a quem não era ouvido, a voz da rua e das urnas foi muito clara", vincou o novo presidente.

No final, o chefe de Estado levantou uma bandeira do Brasil e disse: "Esta é a nossa bandeira, jamais será vermelha, e daremos o nosso sangue para mantê-la verde e amarela".

Milhares de brasileiros juntaram-se em Brasília para acompanhar a chegada de Bolsonaro à cerimónia da tomada de posse.

Bolsonaro deixou a Granja do Torto, uma das residências do presidente da república, e foi na Catedral de Brasília onde iniciou o desfile em carro aberto acompanhado da mulher, Michele Bolsonaro.

Em frente do Palácio do Planalto, o clima era de festa e expectativa. Na viagem, o novo presidente brasileiro mostrou-se emocionado como os gritos de apoio.

Eleito em outubro, à segunda volta, com o lema conservador "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos", Jair Messias Bolsonaro, de extrema-direita, assume a pretensão de liderar um movimento conservador no maior país da América Latina, centrado na defesa da ordem civil inspirada na cultura militar, da moral cristã e no liberalismo económico.

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