Conselho de Segurança da ONU pede libertação de reféns do Estado Islâmico - TVI

Conselho de Segurança da ONU pede libertação de reféns do Estado Islâmico

Estado Islâmico dá novo prazo para troca de reféns

Japão reforça segurança após ameaças. Viúva de japonês executado está «orgulhosa» do jornalista

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O Conselho de Segurança da ONU pediu a libertação imediata de todos os reféns do grupo Estado Islâmico (EI), e a Jordânia prometeu fazer todo possível para salvar a vida do piloto capturado pelos militantes.

O conselho composto por 15 membros condenou no domingo o «hediondo e cobarde» assassínio de um jornalista japonês depois de o grupo jihadista ter reivindicado a sua decapitação.

«Os responsáveis pelo assassínio de Kenji Goto devem ser responsabilizados», disse no domingo o Conselho de Segurança, exigindo «a libertação imediata, segura e incondicional de todos os que são mantidos como reféns» pelo EI e outros grupos com ligações à Al-Qaeda.

O governo da Jordânia, por sua vez, prometeu fazer tudo o que puder para salvar o piloto da força aérea Maaz al-Kassasbeh, que foi capturado pelo EI após a queda do seu avião na Síria, em dezembro.

Japão reforça segurança após ameaças do Estado Islâmico

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, anunciou esta segunda-feira o reforço das medidas de segurança no interior e exterior do país para proteger os seus cidadãos das ameaças do Estado Islâmico.

«Estamos a trabalhar para garantir a segurança dos japoneses no estrangeiro e vamos tomar as medidas para evitar o terrorismo no Japão. Vamos elevar o alerta e a segurança em instalações importantes», afirmou Shinzo Abe durante uma reunião realizada entre os dois partidos governantes.

O primeiro-ministro do Japão manifestou-se ainda favorável à realização de operações militares no exterior para resgatar cidadãos nacionais.

As declarações de Shinzo Abe inserem-se no âmbito da reinterpretação da Constituição pacifista japonesa impulsionada pelo seu Governo, a qual visa um papel mais ativos para o exército japonês.

Shinzo Abe disse, numa intervenção no Parlamento japonês, que «não se deveriam aplicar considerações geográficas» no exercício da chamada autodefesa coletiva, que consiste em apoiar as tropas aliadas no caso de serem atacadas, e que é a principal alteração visada pelo atual Executivo.

O chefe do Executivo referiu-se assim a uma das medidas mais controversas adotadas pelo Governo em 2014 – a reinterpretação da Constituição Pacifista do Japão – e que deverá ser aprovada pelo hemiciclo este ano.

A autodefesa coletiva estava limitada até agora pelo artigo 9, que impede ao país o uso da força para resolver conflitos internacionais. A alteração tem sido criticada pelos que consideram que abre a porta a uma nova militarização do país e apoiada pelos defensores de um papel mais preponderante do Japão a nível internacional e para fazer face ao poderio da China.

A crise dos reféns reabriu o debate sobre a necessidade de o Japão se envolver em operações militares internacionais e sobre o direito das forças armadas japonesas poderem intervir noutros países para resgatar cidadãos japoneses.

Este sábado, os jihadistas do Estado Islâmico difundiram um vídeo em que se vê um corpo decapitado, aparentemente o cadáver do jornalista japonês Kenji Goto, de 47 anos, sequestrado em outubro passado pelo grupo radical muçulmano, que controla o norte da Síria e do Iraque.

O membro do autointitulado Estado Islâmico aparenta ser o homem conhecido como Jihadi John e dirige uma mensagem ao Governo de Tóquio, falando com pronúncia do sul de Inglaterra.

«Vocês, tal como os vossos aliados ridículos na coligação satânica, ainda têm de perceber que nós, pela graça de Alá, somos um califado islâmico com autoridade e poder, um exército inteiro sedento do vosso sangue», diz o homem.

O elemento do grupo jihadista fala depois diretamente para o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe: «Por causa da sua decisão imprudente de participar numa guerra que é impossível vencer, esta faca vai chacinar não apenas Kenji, mas vai continuar e causar carnificina onde quer que o seu povo se encontre. Então, que comece o pesadelo para o Japão».

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, reagiu com indignação à notícia da morte, por decapitação, de Kenji Goto, cerca de uma semana depois do assassinato do outro refém nipónico, Haruna Yukawa, e prometeu que o executivo não irá ceder perante um «terrorismo inadmissível».

Os Estados Unidos, a União Europeia, as Nações Unidas, a França, o Reino Unido e a Coligação Nacional Síria (oposição ao regime do presidente Bashar Al-Assad) também condenaram a execução de Kenji Goto.

Além dos dois japoneses, o Estado Islâmico reivindicou, desde agosto, ter executado cinco reféns ocidentais: três norte-americanos e dois britânicos.

Viúva de japonês executado «orgulhosa» do jornalista

A viúva de Kenji Goto disse estar «orgulhosa» da sua carreira de repórter de guerra, apesar de estar «devastada» com a sua morte.

«Embora eu sinta uma grande perda, estou extremamente orgulhosa do meu marido, que trabalhou para dar voz às pessoas em zonas de conflito como o Iraque, Somália ou Síria», disse Rinko Goto numa mensagem publicada pela Fundação Rory Peck e citada pela imprensa nipónica.

Segundo a sua mulher, a «paixão» de Goto era «divulgar os efeitos da tragédia da guerra nas pessoas comuns, e em especial nas crianças».
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