A administração norte-americana já começou a enviar pacotes de ajuda humanitária para a Venezuela, com alimentos e medicamentos, desafiando o presidente Nicolás Maduro, que acredita que a entrada desses bens poderá levar a uma invasão armada.
Um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca disse hoje à agência noticiosa espanhola EFE que o envio já começou, mas não precisou se a ajuda já entrou na Venezuela.
John Bolton, assessor de Segurança Nacional do presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou na sexta-feira através da rede social Twitter que os Estados Unidos pretendiam começar a enviar ajuda para a Venezuela depois de ela ter sido pedida pelo autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó.
“Seguindo o pedido do presidente interino, Juan Guaidó, […] os Estados Unidos mobilizarão e transportarão ajuda humanitária […] para o povo da Venezuela. É hora de Maduro sair do caminho”, escreveu Bolton no Twitter.
Pursuant to the request of Interim President Juan Guaido, and in consultation with his officials the US will mobilize and transport humanitarian aid—medicine, surgical supplies, and nutritional supplements for the people of Venezuela. It’s time for Maduro to get out of the way. https://t.co/LXZsBf8vq6
— John Bolton (@AmbJohnBolton) 2 de fevereiro de 2019
Os Estados Unido têm disponíveis mais de 20 milhões de dólares (17,4 milhões de euros) para a assistência aos venezuelanos.
O Governo de Maduro recusou a entrada de ajuda por considerar que não há uma crise humanitária no país.
Este sábado, os Estados Unidos instaram ainda os militares venezuelanos a juntarem-se ao autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, como fez o general da Força Aérea Francisco Yanez, que declarou já não reconhecer “a autoridade ditatorial” de Nicolás Maduro.
“Os Estados Unidos apelam a todos os membros das Forças Armadas para que sigam o exemplo do general Yanez e protejam os manifestantes pacíficos que apoiam a democracia”, escreveu o conselheiro da Casa Branca para a Segurança Nacional no Twitter.
Otro oficial de alto rango reconoce al Presidente legítimo de Venezuela. Los EEUU insta a todos militares venezolanos a seguir el liderazgo del General Yanez, y a proteger a los manifestantes pacíficos que apoyan la democracia hoy. https://t.co/22d8vkcQJj
— John Bolton (@AmbJohnBolton) 2 de fevereiro de 2019
A crise política na Venezuela agravou-se a 23 de janeiro, quando Juan Guaidó se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.
Após a autoproclamação, Guaidó, de 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um Governo de transição e organizar eleições livres.
A União Europeia fez um ultimato a Maduro para convocar eleições nos próximos dias, prazo que Espanha, Portugal, França, Alemanha e Reino Unido indicaram ser de oito dias (a contar desde sábado passado), findo o qual os 28 reconhecem a autoridade de Juan Guaidó e da Assembleia Nacional para liderar o processo eleitoral.