Empresa que organizou eleições denuncia fraude na Venezuela - TVI

Empresa que organizou eleições denuncia fraude na Venezuela

  • Atualizada às 15:01
  • 2 ago 2017, 14:30

A Smartmatic assegurou a logística do acto eleitoral para a nova Assembleia Constituinte. Garante que, pelo menos, um milhão de votos foram introduzidos foram contabilizados sem que as pessoas tenham votado

Em Londres, numa conferência de imprensa, o presidente da empresa que desde 204 organiza os actos eleitorais na Venezuela denunciou ter havido manipulação de resultados, com a contabilização de mais um milhão de votos na urnas, que na realidade não existiram.

Sabemos, sem qualquer dúvida, que os resultados para a recente eleição para a Assemblea Nacional Constituinte foram manipulados", afirmou o presidente da empresa, Antonio Mugica.

Prevemos uma diferença entre a participação efetiva e a anunciada pelas autoridades de, pelo menos, um milhão de votos", acrescentou.

O presidente da empresa preferiu não responder diretamente sobre se o aumento do número de votos terá alterado o resultado das eleições na Venezuela.

Domingo, num dia marcado por tumultos, protestos e mortes, com barricadas levantadas pela oposição nas ruas das principais cidades venezuelanas, o governo de Nicolás Maduro afirmou que 8,1 milhões de pessoas votaram.

Meia hora antes das seis da tarde, altura em que deveriam encerrar as urnas, a agência noticiosa britânica Reuters divulgava que apenas 3,7 milhões tinham votado até ao momento. As mesas de voto acabaram por ficar, pelo menos, mais uma hora abertas, por decisão do conselho eleitoral.

Em Londres, Antonio Mujica, venezuelano e engenheiro de eletrónica, salientou não ter ainda dado conta do que agora afirma sem reservas ao conselho eleitoral da Venezuela.

Até ao momento, segundo noticia a Reuters, as autoridades venezuelanas não comentaram a acusação.

Oposição aproveita denuncia

Enquanto o governo não reage às acusações do venezuelano que dirige a empresa responsável pelo escrutínio eleitoral, dirigentes da oposição aproveitam para carregar nas acusações de fraude e manipulação.

Henrique Capriles, governador do estado venezuelano de Miranda, já veio a público considerar tratar-se "da maior fraude da história" do país.

Igualmente, María Corina Machado, outra dirigente oposicionista ao governo de Nicolás Maduro argumentou ser impossível dar crédito ao Conselho Eleitoral, que "avalizou a dissolução da república, inventou oito milhões de votos e foi cúmplice no massacre de 30 de julho".

 

 

 

 

 

 

Continue a ler esta notícia