Bolsonaro dá total liberdade a Moro para combate à corrupção e ao crime organizado - TVI

Bolsonaro dá total liberdade a Moro para combate à corrupção e ao crime organizado

  • AR
  • 2 nov 2018, 07:23

Juiz responsável pelo caso Lava-Jato e pela prisão de Lula aceitou o convite para ser ministro da Justiça do novo Governo. Presidente eleito confirma ainda a intenção de mudar embaixada de Telavive para Jerusalém

Jair Bolsonaro dá total liberdade a Sérgio Moro para o combate à corrupção e ao crime organizado no Brasil. O presidente eleito revelou, em conferência de imprensa, o que pediu o juiz, até aqui, responsável pela operação Lava-Jato, para assumir a pasta da Justiça.

Conversamos por uns 40 minutos e ele [Moro] expôs o que pretende fazer caso seja ministro e eu concordei a 100% com o que ele propôs. Ele queria uma liberdade total para combater a corrupção e o crime organizado, e um ministério com poderes para tal", disse disse Jair Bolsonaro à imprensa brasileira.

A conversa entre Bolsonaro e Sérgio Moro decorreu na quinta-feira de manhã. No final, o juiz aceitou o convite do recém-eleito presidente brasileiro. O presidente eleito disse ainda que Moro "vai ser um ministro importante".

Inclusive, ficou bem claro em conversa entre nós que qualquer pessoa que porventura apareça nos noticiários policiais vai ser investigada e não vai sofrer qualquer interferência por parte da minha pessoa", acrescentou.

Bolsonaro anunciou ainda que vai manter separados os ministérios do Ambiente e da Agricultura, ao contrário do que tinha decidido durante a campanha eleitoral e depois de algumas críticas do setor rural.

Bolsonaro segue passos de Trump e quer embaixada em Jerusalém

No plano da política internacional, Jair Bolsonaro confirmou a intenção de transferir a embaixada brasileira em Israel da cidade de Telavive para Jerusalém.

Como declarado durante a campanha, pretendemos transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém, Israel é um Estado soberano e nós o respeitamos", afirmou Bolsonaro na sua conta no Twitter.

 

Mais tarde, em conferência de imprensa, Bolsonaro lembrou que a eleição de uma capital é uma questão de soberania de um país e nenhum outro tem que interferir nessa decisão.

Quem decide a capital é o país. Se o Brasil a levou (a capital) do Rio de Janeiro para Brasília, foi o Brasil. Não vejo problema. Temos todo o respeito por Israel e pelo povo árabe. Aqui todo o mundo convive sem problemas", assegurou o presidente eleito, que assumirá o cargo no próximo dia 1 de janeiro.

Bolsonaro disse ainda que está comprometido em "resolver problemas" de maneira pacífica e que não quer "gerar problemas" que "compliquem as negociações com o mundo inteiro".

O político da extrema-direita, um nostálgico da ditadura militar que governou o Brasil entre 1964 e 1985, também se referiu à proximidade do Palácio Presidencial do Planalto com a Embaixada da Palestina em Brasília.

Isso não deveria ser assim, por razões de segurança", disse Jair Bolsonaro sem especificar os receios.

Se a transferência da embaixada se confirmar, a decisão seria uma rutura em relação à tradição diplomática mantida durante anos pelo Brasil no conflito entre Israel e a Palestina. O Brasil mantém relações diplomáticas com Israel desde 1949 e reconheceu o Estado da Palestina em 2010.

Bolsonaro seguiria assim os passos do presidente dos EUA, Donald Trump, que anunciou em dezembro de 2017 a transferência para Jerusalém da embaixada norte-americana e também a reconheceu como capital de Israel.

Também o Paraguai e Guatemala mudaram as respetivas embaixadas, embora o Paraguai tenha depois voltado atrás e reinstalado a sua representação diplomática em Telavive.

 

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