Tribunal da Suécia decide não pedir detenção de Julian Assange - TVI

Tribunal da Suécia decide não pedir detenção de Julian Assange

  • SL
  • 3 jun 2019, 16:47
Julian Assange, fundador da WikiLeaks, foi detido em Londres após sete anos na embaixada do Equador. Governo equatoriano retirou-lhe o asilo e convidou a polícia inglesa a deter o ativista australiano, que foi retirado à força da embaixada

Tribunal sueco decidiu não pedir a detenção, por alegada violação de uma mulher naquele país em 2010, do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, já detido no Reino Unido

Um tribunal sueco decidiu não pedir a detenção, por alegada violação de uma mulher naquele país em 2010, do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, já detido no Reino Unido.

A decisão não significa o abandono da investigação na Suécia, mas que Assange – que está atualmente detido no Estabelecimento Prisional de Belmarsh - não será extraditado e pode ser interrogado no Reino Unido.

A decisão do tribunal de Uppsala (Leste da Suécia) é suscetível de apelo, mas constitui um revés para a acusação, que pedia a emissão de um mandado de detenção europeu para transferência de Julian Assange do Reino Unido para a Suécia.

A audiência foi aberta às 10:00 horas locais (8:00 em Lisboa) no tribunal de Uppsala, e terminou cerca de três horas depois, altura em que os juízes se retiraram para deliberar durante algumas horas.

Na semana passada, a procuradoria sueca anunciou que ia emitir uma ordem de detenção de Julian Assange na sequência da deliberação de um tribunal de Copenhaga que considerou Assange “suspeito de violação”.

O fundador da rede WikiLeaks esteve refugiado na embaixada do Equador em Londres desde 2012, mas foi preso pelas autoridades britânicas no passado dia 11 de abril.

O australiano, de 46 anos, enfrenta igualmente a extradição para os Estados Unidos, nomeadamente pela difusão pública de informações militares secretas retiradas de um computador do Pentágono.

Diretor do WikiLeaks diz que Assange não terá tratamento justo no Reino Unido

O diretor do WikiLeaks, Kristinn Hrafnsson, alertou, esta segunda-feira, que Julien Assange, fundador do portal e que enfrenta no Reino Unido um processo de extradição para os EUA, não terá um tratamento “imparcial e justo” por parte das autoridades britânicas.

Hrafnsson referia-se a declarações feitas no domingo nos Estados Unidos pelo chefe da diplomacia britânica, o conservador Jeremy Hunt, que referiu que caso garanta o cargo de primeiro-ministro, ao qual aspira, não impedirá a entrega do australiano à justiça norte-americana.

Numa entrevista programada para coincidir com a chegada do Presidente [Donald] Trump ao Reino Unido, um sorridente ministro dos Negócios Estrangeiros comprometeu-se a que, caso chegue a primeiro-ministro, concretizará a extradição para os EUA do fundador do WikiLeaks, Julien Assange”, denunciou o irlandês.

Segundo Hrafnsson, Hunt afirmou “incorretamente” que os delitos imputados pelos Estados Unidos ao programador informático “levaram à morte de pessoas”, e assegurou que “não fazem parte das alegações”.

O diretor do WikiLeaks também considerou “insultuoso” que o ministro, envolvido na corrida à liderança do Partido Conservador, ignore o apelo emitido na sexta-feira pelo relator especial da ONU sobre tortura, Nils Melzer, que pediu ao Executivo de Londres para impedir a extradição de Assange por existirem indícios de que não terá um julgamento justo.

Assange, 47 anos, está atualmente detido e enfrenta um processo de extradição para os EUA após ter sido condenado em maio a 50 semanas de prisão por um juiz britânico por ter desrespeitado em 2012 as condições da sua liberdade condicional, ao optar por se refugiar na embaixada do Equador.

 

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