Países da Zona Euro quiseram bloquear relatório do FMI sobre a Grécia - TVI

Países da Zona Euro quiseram bloquear relatório do FMI sobre a Grécia

Lagarde e Varoufakis [EPA]

Uma fonte do FMI citada pela agência Reuters diz que países da Zona Euro não queriam que o documento fosse publicado apenas três dias antes do referendo sobre o acordo da Grécia com os credores

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O relatório apresentado na quinta-feira pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre a Grécia veio lançar mais uma enorme acha na já ardente fogueira que é o debate em torno da dívida grega.

Ao dizer que a Grécia precisa de um novo pacote de ajuda de pelo menos 50 mil milhões de euros, bem como de um substancial alívio nas condições de pagamento, o FMI deu uma munição preciosa ao governo de Atenas para o referendo de domingo.

O primeiro-ministro, Alexis Tsipras, apressou-se a salientar a importância do documento:

"Ontem, deu-se um acontecimento da maior importância política. O FMI publicou um relatório sobre a economia grega que vem dar toda a razão ao governo, uma vez que confirma o óbvio - que a dívida grega não é sustentável".

Com o relatório a encaixar-se como uma luva na tese do governo do Syriza de que a proposta de acordo apresentada pelos parceiros da Zona Euro não só não resolve nenhum dos problemas de fundo da Grécia, como ainda os agrava, e que, por isso, o povo deve votar "Não" no referendo, é fácil antever qual terá sido a reação dos credores europeus quando tomaram conhecimento do teor do documento.

Segundo a agência Reuters, que diz ter tido acesso a informação exclusiva sobre o que se passou na reunião de quinta-feira do Conselho do FMI, países da Zona Euro (não são especificados quantos, nem quais) tentaram impedir a publicação do relatório sobre a Grécia, cuja publicação tinha sido proposta pouco antes pela Direção do organismo.

Segundo a mesma fonte, os argumentos invocados pelos europeus foram dois: o impacto que as conclusões do organismo internacional podem ter no referendo grego, uma vez que foram tornadas públicas apenas três dias antes, e o facto de elas poderem distrair as atenções dos gregos de um facto que os credores consideram inegável - que o governo do Syriza destruiu a economia grega precisamente na altura em que ele começava a recuperar.

A fonte da Reuters diz que "a decisão não foi fácil", mas que, no final, prevaleceu a vontade dos Estados Unidos e da maior parte dos países representados no Conselho.

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