O ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia revelou, esta quarta-feira, que foi identificado o autor do ataque numa discoteca em Istambul na passagem de ano, em que morreram 39 pessoas.
A pessoa que cometeu o atentado terrorista em Istambul foi identificada", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Mevlut Cavusoglu, à agência de notícias Anadolu durante uma entrevista transmitida na televisão.
O ministro não deu mais detalhes.
Na segunda-feira, a polícia já tinha divulgado uma fotografia do principal suspeito do ataque sem, no entanto, divulgar a sua identidade. As autoridades anunciaram que estavam a investigar o suspeito, que terá cerca de 25 anos e poderá ser oriundo de Xinjiang, no leste da China, do Uzbequistão ou do Quirguistão. O Estado Islâmico reivindicou o ataque.
A imprensa turca avançou, na terça-feira, que o principal suspeito terá chegado à Turquia com a família, em novembro, e especifica que o suspeito é do Quirguistão.
Segundo o jornal Hurriyet, o autor do massacre na discoteca "Reina" terá chegado a 20 de novembro ao aeroporto de Istambul, com a mulher e os dois filhos. De Istambul, a família partiu para Ancara e, dois dias depois, seguiu para Konya, onde alugou uma casa.
Depois de verem a imagem do suspeito nos media, vários vizinhos da família em Konya alertaram a polícia de que o tinham reconhecido. A mulher e os filhos acabaram sob custódia policial.
Ora, de acordo com o mesmo jornal, a mulher do suspeito alega que não sabia que o companheiro era militante do Estado Islâmico e que só soube do atentado pela televisão. E que o marido lhe tinha dito que ia para Konya para encontrar trabalho.
Ainda segundo a mulher, o suspeito foi de Konya para Istambul, de carro, a 29 de novembro.
Entretanto, sabe-se que já há 16 pessoas detidas por suspeitas de ligações ao ataque.
O governo turco anunciou, na segunda-feira, que tinham sido detidas oito pessoas por suspeitas de ligações ao atirador, e, de acordo com a imprensa, esta terça-feira foram efetuadas mais oito detenções. Entre os detidos, estão dois cidadãos estrangeiros.
O diário The Hurriyet noticia ainda que o suspeito era um profissional bem treinado, que terá recebido treino bélico e que terá combatido ao lado de outros jihadistas na Síria. De acordo com o mesmo jornal, apenas 28 das 180 balas que foram disparadas falharam o alvo.
O ataque, que fez 39 mortos e 69 feridos, aconteceu cerca das 2:00 de domingo (hora local) na discoteca "Reina", localizada na zona de Ortakoy, na margem europeia do Bósforo, durante os festejos de Ano Novo. A maior parte das vítimas mortais eram estrangeiras.
Em 2016, morreram pelo menos 180 pessoas em ataques na Turquia levados a cabo pelo Estado Islâmico e por rebeldes curdos.