Canadiano que esteve preso na Coreia do Norte fala pela primeira vez - TVI

Canadiano que esteve preso na Coreia do Norte fala pela primeira vez

  • JP
  • 14 ago 2017, 23:38
Hyeon Soo Lim

Foi condenado a trabalhos forçados em Pyongyang por alegadamente ter tentado derrubar o regime

O pastor canadiano Hyeon Soo Lim, que foi libertado pela Coreia do Norte depois de ter estado dois anos e sete meses preso naquele país, falou pela primeira vez aos órgãos de comunicação social. O homem foi condenado a trabalhos forçados, por alegadamente ter tentado derrubar o regime.

Desde o primeiro dia da detenção até o dia em que fui libertado, comi 2.757 refeições sozinho", disse Hyeon Soo Lim, num comunicado divulgado antes da primeira aparição pública numa igreja perto de Toronto, no domingo.

O homem, de 62 anos, aterrou no Canadá, no sábado, dias depois da Coreia do Norte o ter libertado, por razões de saúde. O ex-pastor de uma das maiores igrejas do Canadá assistiu à missa no dia seguinte e falou sobre a experiência dolorosa que foi ter estado este tempo todo na prisão.

Durante a sua estadia na prisão, os invernos eram passados a cavar buracos.

O chão estava congelado. A lama era tão dura que levei dois dias para cavar um buraco. A minha parte superior do corpo suava, os dedos das mãos e dos pés estavam gelados."

Já as primaveras e os verões foram passados sob um sol abrasador, o que também lhe deixou algumas mazelas e chegou a ser hospitalizado quatro vezes.

Fiquei internado no hospital durante dois meses", disse.

Hyeon Soo Lim soube da sua libertação pouco tempo antes desta acontecer. A decisão de libertar o pastor surgiu depois de uma comitiva canadiana ter chegado a acordo com Pyongyang, na semana passada.

O pastor acredita que a libertação foi uma oferta de Pyongyang para amenizar as crescentes tensões entre a Coreia do Norte e o Ocidente.

De origem sul coreana, Hyeon Soo Lim mudou-se para o Canadá em 1980. Viajou para a Coreia do Norte mais de 100 vezes nas últimas duas décadas, de acordo com sua família, para apoiar missões humanitárias.

Durante o primeiro ano de cativeiro, leu mais de 100 livros e assistiu a cerca de 300 filmes sobre a Coreia do Norte.

É um milagre eu estar aqui hoje.”

 

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